O clima esquentou entre o deputado federal Eduardo Bolsonaro, do PSC-SP, e o deputado estadual Fernando Holiday, eleito pelo DEM-SP. Tudo começou porque o primeiro repercutiu, com duríssimas críticas, uma notícia acerca das eleições para comissões na Câmara municipal paulistana.
De acordo com Eduardo Bolsonaro, em publicação em sua fanpage encimada pelo duríssimo título Holiday faz acordo com PCC?, Holiday e “seu colega Kim Kataguiri do MBL” tem tido o hábito de difamar a família Bolsonaro, “na mesma linha dos esquerdopatas: pregam ditadura, simpatia com nazismo ou, como disse Reinaldo Azevedo, seu tutor, homofóbicos”. A questão é que, para o parlamentar, na votação que comporia a comissão de transportes na câmara paulistana, “Holiday votou no candidato do PT alegando haver um acordo partidário prévio” (a notícia, nesses termos, já havia sido publicada pelo Estadão).
Bolsonaro pontuou que “o jovem vereador liberal votou para a eleição do presidente da comissão ver”, colaborando para eleger Senival Moura, “investigado por elos com o PCC e ocultação de bens”. O deputado acredita que “teria sido mais digno fazer como seu colega de partido, o vereador David Soares, e dar um voto independente, mas Holiday cedeu às pressões partidárias”. Em comparação com seu pai, Eduardo provocou: “Se Jair Bolsonaro tivesse agido assim, estaria sendo investigado no mensalão e petrolão, já que seu ex-partido, o PP, orientava a votar tudo com o governo Dilma. Será que se Holiday fosse deputado federal também abaixaria a cabeça para votar no projeto da lista fechada defendido pelo seu colega de partido Ronaldo Caiado? É assim que age aquele que diz que fará diferente? Na minha terra isso se chama demagogia, hipocrisia. Pois é, quando se está do outro lado é bem diferente, né”.
A resposta de Holiday
Horas depois, foi a vez de Fernando Holiday, em vídeo, apresentar ao público a sua versão dos fatos. Logo ao começo, o jovem do MBL chamou de “absurdo” o argumento de Eduardo Bolsonaro de que ele teria fechado um acordo com o PT e o PCC, o que teria ocorrido no mesmo dia em que “o PT pediu a minha (de Holiday) cassação na Câmara municipal de São Paulo”, “uma vereadora deles (do PT) fez o maior espetáculo no plenário tentando me bater”, “o senador Lindbergh Farias, também do PT, na página dele, chamou os meus assessores de ‘gangue'”, além de invadirem o gabinete do parlamentar do DEM e agredirem fisicamente Arthur do Val, dono do canal Mamãe Falei.
Holiday explicou que “o regimento interno, ou seja, a lei, prevê que as bancadas dos partidos, pelas quantidades de votos que eles tiveram nas eleições e pela quantidade de parlamentares que eles elegeram, têm direito a participação nas comissões, e até mesmo a presidência”. O PT teria direito a duas presidências na Câmara municipal paulistana, e o que Holiday teria feito não foi exatamente um voto, mas simplesmente uma ratificação ao que diz a lei.
O “voto ao PT”, então, seria apenas “um reconhecimento de que pelo regimento, pela lei, eles tinham o direito àquela presidência”. De acordo com ele, pela mesma questão da proporcionalidade, o DEM não poderia propor candidatura, e o petista Senival Moura era o único nome a postular o cargo. Não agir assim e promover “um espetáculo para ganhar likes“, ressaltou Holiday, seria dar argumentos aos petistas para perturbar a gestão de João Dória na cidade, e não seria “fazer uma política séria”.
Confira o vídeo de Fernando Holiday:
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