Joaquim Barbosa, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal e ex-relator do processo fruto do escândalo do “Mensalão”, surpreendeu na última segunda-feira (10) ao defender, abertamente, vários posicionamentos liberais. Barbosa participava da abertura do “Fórum Conformidade nos Negócios”, promovido pela Folha de S. Paulo, que discutia regras de conduta das empresas na relação com o setor público.
De acordo com o jornal, Barbosa afirmou que não bastaria punir empresas que agem à margem da ética. “Deve-se retirar o Estado de atividades econômicas nas quais não deveria estar, reservando-o a serviços públicos, e diminuir as ambiguidades legais onde o empreendedor busque levar a cabo empreitadas com auxílio de gordos benefícios estatais”, complementou.
Endossando um discurso liberal, o jurista também teria criticado o “avanço da política sobre áreas técnicas, em setores regulados pelo Estado”, opinando que deveria-se retirar as “pegadas dos políticos do caminho das empresas”.
Presidenciável?
O ex-ministro ganhou muita popularidade ao relatar o processo da Ação Penal 470, que julgou o escândalo do Mensalão – primeiro grande episódio envolvendo corrupção no governo Lula, em 2005. Na época do julgamento, em 2012, Barbosa recomendou a condenação para a maioria dos acusados, entre eles o ex-ministro José Dirceu. Desde então, têm surgido especulações sobre uma possível candidatura sua à presidência da república.
Em novembro de 2016, ao jornal O Estado de S. Paulo, Barbosa disse que o país voltaria a ter paz em 2018 e criticou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Sobre a possibilidade se lançar candidato, ele teria respondido “Sou um homem livre, muito livre”. Apesar disso, de acordo com o jornal Gazeta do Povo, Barbosa teria confessado que votou em Lula em 2006 e Dilma em 2010.