O famoso liberal mato-grossense Roberto Campos, que ocupou a pasta do Ministério do Planejamento no governo Castelo Branco e teve sua trajetória relembrada por este Boletim, continua a ser tema de comentários de personalidades e instituições liberais no começo da semana que marca os seus 100 anos de nascimento. Os comentários incluem celebrações de suas conquistas e ideias e até algumas aplicações críticas de seu pensamento aos problemas do presente.
Selecionamos alguns desses comentários:
Ivanildo Santos, Diretor de Comunicação do Students For Liberty Brasil
“Roberto Campos já foi o ícone da direita brasileira. Culto, intelectual, elegante, dedicou boa parte da sua vida a combater tudo que há de errado no estado brasileiro. Chamava a praga que flagelava o Brasil de doença dos ‘ismos’: ‘o nacionalismo (temperamental), o populismo (perdulário), o estruturalismo (inflacionário), o estatismo (intervencionista) e o protecionismo (anticompetitivo)”. Com uma pena sagaz, um dos alvos preferidos das suas sátiras eram aqueles que estavam presos no neolítico. Os que acreditavam que o passaporte para o desenvolvimento brasileiro estava em riquezas intocadas debaixo do solo, ainda não exploradas – ou exploradas de forma predatória – por sabotagem de algum grupo internacional. (…) Todo o trabalho de Roberto Campos parece ter sido em vão. Hoje, o ícone da direita brasileira é um senhor bronco, rude, mal educado, que vê como solução para o país controlar, seja lá Deus o que isso significa (geralmente é um eufemismo para estatização), a produção de nióbio e investir na tecnologia milagrosa conhecida como ‘grafeno’. Sim, este senhor fala isso no mesmo ano que uma produtora de bens de consumo como a Apple tem mais dinheiro em caixa do que o valor de mercado de toda a bolsa brasileira. Voltamos as mesmas propostas maculadas pela doença dos ‘ismos’ que Campos lutou contra toda sua vida. A mesma visão torta crente de caminhos fáceis, sem enfrentamento às corporações que dominam o estado brasileiro. Triste.”
Fabio Ostermann, presidente estadual do LIVRES-RS
“Fosse ainda vivo, o grande Roberto Campos (1917-2001) completaria hoje 100 anos. Sua lucidez e visão fazem muita falta ao debate político atual!”
Rodrigo Constantino, economista, blogueiro e colunista da IstoÉ e Gazeta do Povo
“Será que o abuso das empresas administradas pelo Estado é algo inesperado, raro? Talvez a magnitude do esquema, a ousadia dos corruptos e o alastramento da podridão possam assustar mesmo, mas não a essência do problema. Ao menos não para quem esteja familiarizado com o pensamento liberal, que teve em Roberto Campos um de seus maiores ícones no Brasil. Campos comprou essa briga décadas atrás, praticamente sozinho no meio político, e o próprio termo pejorativo ‘Petrossauro’, que cunhou para se referir à então idolatrada Petrobras, demonstra como ele já imaginava o potencial estrago com a empresa gigantesca e paquidérmica nas mãos dos políticos. Enquanto quase todos gritavam ‘o petróleo é nosso!’, Campos argumentava com lógica contra o fetiche do nacionalismo estatizante. O tempo mostrou quem estava certo.”
“Roberto Campos (1917-2001) viveu numa época em que falar sobre ideias liberais era visto com estranheza e hostilidade pela quase totalidade dos brasileiros. Mas havia verdades que precisavam ser ditas, e ele era a pessoa com a coragem de dizê-las. (…) Campos foi apresentado à Escola Austríaca de Economia, onde encontrou embasamento teórico para o bom senso que já habitava a sua mente. ‘Delfim, perdi muito tempo. Só deveria ter lido Hayek’, comentou, sem nenhuma razão aparente, com seu então colega de parlamento, Delfim Netto, referindo-se ao economista e filósofo liberal Friedrich Hayek. Também se tornou fã de outros austríacos: Mises e Schumpeter (de quem recebeu um elogio por sua tese de mestrado) e começou a prestar atenção às políticas econômicas praticadas por Margaret Thatcher, na Inglaterra, e Ronald Reagan, nos Estados Unidos. (…) Uma coincidência: Roberto Campos nasceu no dia 17 de abril de 1917. 17 é mesmo um número de sorte para a liberdade, não acham?”
João Dionísio Amoedo, fundador e presidente do Partido NOVO
“Cabe agora aos brasileiros de bem finalmente colocar suas ideias em prática.”
Instituto Liberal de São Paulo
“Em um debate histórico ocorrido em 1985, o comunista Luis Carlos Prestes, então ídolo da esquerda, foi colocado para debater com o liberal Roberto Campos, nascido há exatos 100 anos. O resultado foi uma aula de capitalismo e socialismo dada por Roberto Campos que continua em boa parte atual, e que o ILISP traz hoje com áudio remasterizado.”
“Hoje estamos comemorando o centenário de Roberto Campos, que foi diplomata, político, economista e um dos homens mais lúcidos de nosso país. Viva Roberto Campos!”
Partido NOVO
O partido divulgou este vídeo: