Alguns problemas são capazes de unir, em qualquer tempo, liberais, libertários e conservadores brasileiros em indignação. Um deles, a obrigatoriedade do imposto sindical, que, desde a Era Vargas, estimulava os políticos e militantes da extinta União Democrática Nacional (UDN) a denunciar a existência, no Brasil, de uma autêntica “República Sindicalista”. A Câmara dos Deputados viveu nesta quarta (27/04) uma noite histórica: com a aprovação do texto principal da Reforma Trabalhista, avança para o Senado o fim dessa obrigatoriedade.
Com disposição de mudar a História brasileira, o suplente de deputado federal Paulo Eduardo Martins (PSDB/PR), jornalista e oriundo da Rede Massa, afiliada do SBT, enquanto estava no mandato foi o autor da proposição que, acrescida ao texto principal da Reforma, extingue a obrigatoriedade. Com a lei, o trabalhador brasileiro fica livre da imposição de destinar uma parcela de seus recursos às entidades sindicais.
Antes da aprovação do texto, que teve 296 votos a favor, 177 contrários e nenhuma abstenção, ele dizia que sua proposta é “libertar o trabalhador, para que ele possa escolher o que fazer com seu próprio dinheiro”, restando aos sindicatos a alternativa de “atuar de verdade em prol dos trabalhadores e, com isso, receber contribuições voluntárias; ou sumir do mapa, junto com a mortadela que eles patrocinaram com o dinheiro dos outros”.
Diante da vitória – que ainda precisa ser confirmada no Senado -, Paulo disse apenas: “Fim do Imposto Sindical é aprovado na Câmara. Confesso que estou com dificuldade para acreditar. Viva o Brasil”.