Em virtude dos 70 anos do professor Olavo de Carvalho, um dos principais intelectuais conservadores do Brasil, algumas personalidades compartilharam na rede como conheceram a obra do filósofo e como ela impactou suas trajetórias. O Boletim da Liberdade fez uma seleção de alguns depoimentos. Confira:
Alexandre Borges (publicitário e analista político):
“Hoje o mestre Olavo de Carvalho faz 70 anos. Faça sua homenagem, sem gratidão não há salvação. Descobri o True Outspeak há 10 anos quando buscava podcasts para ouvir na Dutra. Morava em São Paulo e vinha regularmente ao Rio de carro, uma viagem de seis a oito horas dependendo do trânsito. Já no primeiro programa baixado, Olavo falava de política, filosofia, cultura e religião em termos totalmente desconhecidos por mim. Ele citava autores que nunca havia ouvido sequer o nome. Resolvi investir e ouvir programas anteriores, ler os livros mencionados no programa, e o resto é história. Sem o True Outspeak, eu não estaria aqui, não seria analista político e não teria o privilégio de uma comunidade com mais de 120 mil seguidores que cresce a cada dia. Obrigado, mestre Olavo! Vida longa e feliz aniversário!”
Bene Barbosa (ativista contra o desarmamento):
“Feliz aniversário, mestre Olavo! ‘Se os meios de produção constituem o critério econômico da divisão de classes, o fator que assegura a uma classe o seu papel dominante na sociedade não é a posse deles, e sim a dos meios de destruição. Eis por que, as revoluções que têm por meta nominal a mudança da estrutura econômica não tomam nunca por alvo prioritário a conquista das fábricas e dos bancos, mas sim a das instalações militares. Não a da riqueza, mas a das armas que a garantem. Nenhum materialista histórico esteve jamais embriagado de economicismo a ponto de negar essa obviedade’. Assim começava o primeiro texto que li de Olavo de Carvalho intitulado Armas e Revolução Passiva publicado na Folha de São Paulo, 17 de Junho de 1999. Eu, já labutando contra essa desgraça chamada desarmamento desde o inicio da década de 90, despertei para as reais intenções do mesmo: controle social! É importante lembrar que naquela época os artigos pró-armas eram raríssimos,ainda mais na grande mídia e cada um que aparecia, quando aparecia, era motivo não só de comemoração, mas também de alento, afinal, eu não estava louco ou pelo menos não estava louco sozinho. Em 2000 tive o prazer de conhecer Olavo de Carvalho e Ubiratan Jorge Iorio pessoalmente em uma palestra numa universidade de Campinas, interior de São Paulo. Vi Olavo destruir o coordenador do curso de uma forma que eu jamais tinha visto acontecer. Naquele dia eu pensei: quero ser assim quando crescer! Já em 2005, durante o referendo, mais precisamente em 16 de outubro, fui convidado para participar do programa Mídia Sem Máscara na TV apresentado por ele, pelo saudoso José Monir Nasser e pela Kathren Silveira . Cheguei em Curitiba e fui recebido, para meu espanto!, na casa dele onde conheci a queridíssima Roxane Carvalho. Exatamente uma semana depois vencemos o referendo. Bom, tudo isso para parabenizar o aniversariante e dizer muito obrigado por ser responsável pelo que me tornei e para onde seguiu nossa luta. Muito obrigado, mestre de todos nós, Olavo de Carvalho!”
Flavio Bolsonaro (político):
“Parabéns ao líder, professor e filósofo Olavo de Carvalho pelo seu aniversário! Que Deus continue abençoando muito você e toda sua maravilhosa família!”
Flavio Morgenstern (editor chefe do ‘Senso Incomum’):
“O maior pensador brasileiro faz 70 anos – mas ainda há quem tenha nojinho de Olavo sem ler seus livros por boatinho de internet. Só há um jeito de não gostar de Olavo de Carvalho: nunca o ler – ou, ainda melhor, só ler seus comentários de internet retirados de contexto e raramente ultrapassando as 3 linhas. O maior filósofo do Brasil completa hoje 70 anos de profunda atividade intelectual, sem encontrar quem o ombreie em profundidade e altitude intelectual – muito menos entre seus adversários. […] Olavo de Carvalho formou sozinho a maior geração de intelectuais do país desde a morte de Mário Ferreira dos Santos, Vicente Ferreira da Silva e Bruno Tolentino, os maiores filósofos e pensadores do país antes de sua estréia intelectual. […] Olavo de Carvalho completa 70 anos com uma coragem rara no mundo: ser o que é, sem aderir a modismos e sem o aplauso fácil de agradar às multidões. Curiosamente, mesmo em nosso país, sua “minoria silenciosa” é que faz a real diferença: basta lembrar de quantos cartazes onde se lia “Olavo tem razão” foram vistos nos protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff no país.”
Felipe Moura Brasil (jornalista):
“No momento em que o Brasil vive todas as consequências da subida do poder cultural e depois político dos grupos ideológicos e partidários contra os quais Olavo alertou em artigos, livros e aulas nas décadas de 1980 e 1990, os jornais deveriam estar diversos de textos de reconhecimento de seus acertos. Não estão por um motivo simples: o PT perdeu o poder político no governo federal, mas a esquerda ainda o detém nos meios culturais. Em 1996, Olavo explicou na TV Globo ao então cético Pedro Bial que os esquerdistas já haviam estabelecido esse domínio, quase sete anos antes de Lula chegar ao poder em 2003. Eu, colunista, Felipe Moura Brasil, idealizador e organizador do livro best-seller de Olavo de Carvalho, O Mínimo que você precisa saber para não ser um idiota, que teve mais de 230 mil exemplares vendidos, preparei uma edição especial de dois áudios de 2011 que também merecem ser ouvidos agora à luz das recentes delações da Odebrecht. Parabéns, Olavo, pelos seus 70 anos e muito obrigado por ter aberto o espaço ainda pequeno que temos hoje no debate público brasileiro para o contraditório”
A resposta de Olavo
“Os votos de aniversário que recebi são tantos, e aliás tão carinhosos, que eu não poderia responder a um por um nem que empenhasse nisso algumas semanas de trabalho. Entendo-os como mais que um apelo, uma convocação. Eles mostram-me a obrigação estrita que tenho de continuar, intensificar e aprimorar por todos os meios ao meu alcance este trabalho “sui generis” que as circunstâncias, totalmente fora do nosso controle, tornaram necessário e urgente. Tenho a certeza absoluta de que exortações como as do prof. R. Mangabeira Unger ao melhoramento da educação nacional são puro verbalismo oco, porque se dirigem precisamente aos demolidores do sistema educacional brasileiro e, mais genericamente, da alta cultura, que prostituíram no altar de interesses partidários imediatistas e sujos. Muito mais sério é o apelo que vocês me dirigem, não porque eu possa, por mim, melhorar o estado de coisas, mas porque vocês sabem que essa missão incumbe a vocês mesmos e somente a vocês. Renascimentos culturais são demorados e trabalhosos, mas aquele em que estamos empenhados é a ÚNICA esperança de um Brasil menos doente, menos louco, menos criminoso e mais sábio. Espero ter contribuído para isso na medida das minhas forças, não somente indicando-lhes as possibilidades da vida intelectual superior, que a universidade brasileira hoje em dia ignora POR COMPLETO, mas também a regra número um de toda educação genuína, que é o amor ao próximo. Minha esposa, Roxane, vive dizendo que não sei tratar ninguém com frieza e indiferença, por trás de uma máscara profissional. “Para você, todo mundo é parente”, diz ela. Todo mundo, não sei. Mas vocês indiscutivelmente são. Obrigado, irmãozinhos.”