O intenso debate vivenciado pelo país em torno das reformas econômicas que o governo de Michel Temer vem tentando levar adiante esquentou o clima na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. Um vereador do PT, Reimont Otoni, fez uma crítica direta ao vereador do NOVO, Leandro Lyra, sendo prontamente rebatido.
O fato se deu quando o ex-presidente Lula depôs ao juiz Sérgio Moro e o vereador petista tomou a palavra para defender os governos encabeçados por seu partido e se opor ao atual. Raimont disse que tem clareza de que ele e Lyra estão “em lados opostos” na política, sem qualquer desavença pessoal, mas diferença político-ideológica. Afirmou que Armínio Fraga e o banco Itaú “patrocinam o Partido Novo” e, como representante deles, Lyra não poderia deixar de “aplaudir o governo Temer”, que é um “governo do rentismo”. Disse ainda que o discurso da FIESP de “copiar os Estados Unidos” é “uma prática defendida pelo Leandro Lyra e aqueles que são do capitalismo selvagem, que não se importa com o trabalhador”.
Lyra respondeu imediatamente: “Eu acho muito curioso esse discurso, que coloca as pessoas em lados opostos, como se houvesse aqui um mocinho e um vilão. E faz questão de esquecer aquilo que aconteceu no passado. Não é problema nosso agora: esquece mensalão, esquece petróleo, esquece todos esses esquemas de corrupção”. E acrescentou: “É muito fácil se fazer de pedra, mas quando está na hora de ser vidraça, se omite e empurra o país para o buraco”.
Lyra identificou em Reimont o discurso do “dividir para conquistar” e frisou que, embora reconheça a qualidade de algumas das reformas, nunca disse que apoia o governo Temer.
Leia também:
+ Leandro Lyra, do NOVO-RJ, é vaiado ao defender que a Previdência seja reformada