Fica cada vez mais nítida à pré-candidatura de Kim Kataguiri para as eleições do próximo ano. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o jovem coordenador do Movimento Brasil Livre confirmou interesse em ser candidato a deputado federal.
O partido, porém, não estaria escolhido. Kataguiri, segundo o jornal, quer aguardar os desdobramentos da reforma política até para saber se será implementada uma cláusula de barreira. Nesse cenário, legendas como o NOVO e o PSL/Livres poderão ser impactadas.
O youtuber Arthur do Val, do famoso canal “Mamãe Falei”, com mais de 600 mil inscritos, já havia adiantado essa informação a este Boletim em entrevista realizada em maio. Na ocasião, também afirmou que ele próprio poderia lançar-se candidato à deputado estadual de São Paulo.
A possibilidade de uma candidatura de Kim Kataguiri também foi abordada em entrevista realizada com o vereador Fernando Holiday, coordenador do MBL. Na ocasião, ele afirmou que Kim, se confirmado, seria seu candidato, por ser “mais inteligente e capacitado do que a grande maioria dos que estão em Brasília” e declarou ser “um entusiasta dessa ideia”.
Dificuldades pelo caminho
Eleger-se deputado federal no atual sistema proporcional em vigor no país é mais complexo do que parece. Sobretudo tratando-se de São Paulo, o mais populoso dos estados brasileiros. Cada cadeira na Câmara custa cerca de 310 mil votos (em Roraima, a título de exemplo, são apenas 27 mil).
Apenas uma minoria dos candidatos consegue ultrapassar essa marca (cujo termo técnico é quociente eleitoral). Por isso, tão importante quanto ter uma plataforma popular, é estar em uma coligação formada por candidatos que consigam, todos juntos, formar uma quantidade de votos expressiva. Assim, o primeiro colocado pode conseguir uma vaga ainda que não atinja, ele próprio, o quociente eleitoral.
No ano passado, Fernando Holiday, que ao lado de Kim é uma das principais personalidades ligadas ao MBL, obteve pelo DEM sua cadeira na Câmara de Vereadores cerca de 48 mil votos. Kataguiri terá, portanto, o grande desafio de ou multiplicar esses votos ou contar com uma coligação favorável, formada por candidatos populares, para ter mais chances de efetivamente ser eleito. Não será fácil. Mas quem, depois de tudo, dirá que é impossível?