Uma decisão histórica da justiça em favor da liberdade ocorreu nesta quarta-feira (19). De acordo com o portal de notícias UOL, a juíza Luciana Raquel Tolentino de Moura negou o pedido da Câmara dos Deputados para que Danilo Gentili fosse obrigado a apagar o polêmico vídeo onde o humorista corta, esfrega em sua genitália e envia para a deputada Maria do Rosário uma citação recebida em sua residência.
“As palavras e gestos veiculados pelo apresentador, pessoa de grande visibilidade nas mídias sócias e televisão, ainda que deselegantes, não trazem, a bem da verdade, qualquer ofensa à autora que não aquelas que, infelizmente, aparecem vez que outra no embate político entre representante e representados”, argumentou a magistrada.
Na decisão, a juíza também ponderou que Gentili foi a voz de muitos brasileiros. “O litigado disse algumas palavras que representam, em certa medida, o pensamento e o anseio de milhões de brasileiros. E são absolutamente verdadeiras tais afirmações, a saber: que são os cidadãos que pagam o salário dos ilustres parlamentares; que estes não podem mandar calar àqueles; que o brasileiro ‘nunca admita, nunca aceite que qualquer Deputado, Senador, Prefeito ou Governador diga se você pode ou não falar alguma coisa’; que todos esses exercentes de cargo público ‘são funcionários’ públicos a serviço do povo e que não é o povo que está a serviço deles”.
Bronca na Câmara dos Deputados
A magistrada também mostrou-se muito crítica à iniciativa da própria Câmara dos Deputados em ingressar na justiça contra um cidadão. Segunda ela, a medida tinha “caráter repressor, censor, própria das ditaduras”, e que não havia “motivo razoável para censurar-lhe seu direito à livre manifestação de indignação com os políticos que nos representam”.
Em resposta à histórica decisão, o humorista Danilo Gentili publicou também nesta quarta (19) que “o povo não deve temer seu governo”, mas que “o governo é que deve temer seu povo”. “Repetindo: Nunca aceite que qualquer deputado, senador, prefeito ou governador diga se você pode ou não falar alguma coisa”.
Relembre, abaixo, o polêmico vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=kaLZaRRvxtE