Faleceu nessa sexta-feira (28) em Brasília o ex-embaixador e professor José Osvaldo de Meira Penna, aos 101 anos. Meira Penna é considerado um dos grandes nomes ligados ao liberalismo no Brasil: criou a sociedade Tocqueville, presidiu o Instituto Liberal de Brasília e foi membro da Sociedade Mont Pélérin, criada por Hayek.
Ao longo de sua trajetória, Meira Penna publicou diversos livros, entre os quais O Dinossauro e Decência Já, ambos editados pelo tradicional Instituto Liberal do Rio de Janeiro. Para o economista Rodrigo Constantino, hoje presidente do conselho deliberativo do IL, o ex-embaixador “combateu o gigantismo estatal, o planejamento central, o socialismo de forma geral” e “esteve do lado certo na retrospectiva histórica”.
“O liberalismo surge para mim em contrachoque a essa tendência de esquerda totalitária. Hoje em dia, o pessoal de esquerda se faz como defensor da liberdade. Eles nunca foram isso. Sempre atacaram a liberdade”, comentou Meira Penna em entrevista à Bruno Garshagen em 2013. “Os livros mais marcantes liberais da minha vida foram de Mises, Hayek e Friedman”, falou à época.
“Meira Penna foi um homem de grande sabedoria, um excelente teórico, um escritor produtivo e original, e ainda por cima alguém que não ignorava a praxis, tendo sempre feito coisas concretas pela liberdade, nesse país tão necessitado dela. O movimento liberal deve muito a esse grande pensador”, escreveu Constantino em seu blog na Gazeta do Povo, classificando-o ao lado de Roberto Campos como “grandes expoentes do liberalismo no Brasil”.
O advogado Bernardo Santoro, ex-presidente do Instituto Liberal, também manifestou-se no Facebook: “Foi um dos maiores intelectuais que a direita brasileira já produziu”.