A obra A Corrupção da Inteligência – Intelectuais e Poder no Brasil, de autoria do antropólogo Flavio Gordon, está fazendo enorme sucesso. O livro figura no topo do ranking do jornal O Globo entre as publicações de não-ficção do Grupo Editorial Record. O Boletim convidou o autor para comentar brevemente a proposta temática do seu trabalho.
“Meu livro é uma espécie de história cultural da Nova República”, ele define. A ideia é estabelecer um quadro do cenário ideológico que possibilitou a ascensão do lulopetismo ao poder, desenhado pela intelectualidade desde pelo menos o ocaso do regime militar.
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“Abordo os condicionantes culturais que permitiram à extrema esquerda (…) chegar ao poder do Estado e lá se manter por uma década e meia, aproveitando-se da hegemonia cultural já construída previamente”, ele resume. Esse processo seria consequência da atitude dos intelectuais de abdicar da tarefa de compreensão da realidade para querer interferir nela “a qualquer custo, o que gera uma série de consequências sociais nocivas”. Seu diagnóstico é de que, cada vez que a realidade não acata seus devaneios ideológicos, os “corruptos intelectuais”, que ocuparam todos os espaços de produção cultural e artística com vistas à sua “completa politização”, inventam novos devaneios para reforçar seus propósitos.
Gordon ainda faz questão de ressaltar que fala em “inteligência” e “intelectuais” em dois sentidos distintos: tanto para designar os intelectuais como uma “classe” dentro da sociedade, quanto para se referir ao atributo individual do ser humano – a “capacidade de inteligir”. Confira o áudio completo: