O tema da secessão está agitando as discussões na Internet diante da tentativa da Catalunha de fazer valer um referendo em que se pleiteia a sua separação da Espanha. Em meio às discussões entre liberais brasileiros sobre o assunto, se avizinha, no próximo dia 7, um plebiscito convocado pelo movimento separatista “O Sul é Meu País”, com o propósito declarado de separar a região Sul do resto do Brasil.
De acordo com o movimento, fundado em 1992, seus esforços são para convencer a maioria dos habitantes de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, perfazendo aproximadamente 29 milhões de pessoas, de que estarão melhor com a independência, livres do peso de Brasília. Em uma consulta realizada pelo grupo em 2016, 95 % dos entrevistados concordaram com a tese.
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É claro que essa ideia sofre críticas recorrentes – por exemplo, as de que seria uma afronta aos moradores de outras regiões, esnobismo, falta de patriotismo… Há, por outro lado, quem a exalte como algo sintonizado com a onda contemporânea de insurreição contra o autoritarismo centralizador, à moda dos movimentos eurocéticos que pretendem romper com a União Europeia.
A questão catalã
Os mesmos argumentos são levantados quando se trata do referendo de independência da Catalunha, realizado neste dia 1º, sem reconhecimento do governo espanhol. O processo ocupou os noticiários pelas cenas de repressão policial e fechamento de locais de votação, suscitando um debate entre liberais e conservadores brasileiros nas redes sociais acerca do tema “secessão”.
Diretamente da Espanha, o presidente do Instituto Mises Brasil, Hélio Beltrão, trouxe um resumo das suas impressões. “Até agora ambas as partes se acusam mutuamente de ‘golpe’ e de antidemocráticos. Não se avançará se assim insistirem em reagir”, resume. “Madrid precisará reconhecer que o pleito catalão de autonomia tem bases justificáveis por conta do princípio de autodeterminação dos povos e das demonstrações de grande apoio popular. Já a Catalunha precisará reconhecer que uma independência pacífica não ocorre caso se queimem etapas”.
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Beltrão sugere um caminho para solucionar o problema: “um novo referendo, negociado com apoio de um organismo ou país equidistante entre as partes”. Diante da discussão sobre o tema “secessão”, em abstrato, o notório objetivista Roberto Rachewsky dedicou um comentário ao assunto.
Ele sustentou que “nem sempre independência é sinônimo de mais liberdade”, sendo exemplo disso “a Guerra de Secessão nos EUA”, em que os Confederados defendiam a escravidão. “A secessão que interessa a todos os indivíduos, sejam eles brasileiros, espanhóis ou catalães, é a estabelecida pela lei que limita o poder do governo de violar nossos direitos à vida, à liberdade, à propriedade e à busca da felicidade”, concluiu.