Presidente do Instituto Mises Brasil, Helio Beltrão posicionou-se na última terça-feira (10) sobre a discussão se Doria ou Bolsonaro seriam ou não liberais. Em transmissão ao vivo pelo Facebook do IMB, Beltrão teceu críticas aos pré-candidatos à presidência da república e disse que ofertaria a eles uma edição do livro Liberalismo escrito por Ludwig von Mises.
Sobre Doria, o presidente do IMB afirmou que “uma pessoa que defende um aumento do ISS e taxar Netflix e Spotify não pode se denominar um liberal”. Citando um artigo de sua autoria publicado no jornal Folha de S. Paulo no mesmo dia, em que rotula recentes colocações de Doria como “socialismo doriano”, Beltrão reconheceu que o prefeito de São Paulo “tem feito um bom governo em vários aspectos” e que “tem no governo grandes nomes liberais e amigos do liberalismo”. No entanto, frisou que não basta liderar “uma administração com enfoque muito mais liberal do que as anteriores” para ser “considerado um liberal”.
Quanto à Jair Bolsonaro, o presidente do Instituto Mises Brasil se mostrou ainda mais cético. “Ele nunca pretendeu ser um liberal”, afirmou, lembrando porém que o deputado federal do Rio de Janeiro tem defendido recentemente algumas pautas simpáticas ao liberalismo, o que foi alvo de elogios até do MBL.
[wp_ad_camp_1]
“O Bolsonaro tem uma visão, e sempre deixou isso claro, que é nacionalista e intervencionista”, constatou Beltrão, exemplificando que essa postura é comprovada quanto as restrições do parlamentar em, caso eleito, privatizar alguns setores por ele chamados de estratégicos. “[Bolsonaro] prefere que [algumas estatais] sejam protegidas ou tuteladas pelo estado para preservar esses ‘recursos minerais ou estratégicos’ na mão de brasileiros. No fundo, nas mãos do governo do Brasil. Essa visão não tem nada de liberal”.
Outro ponto que Beltrão observou que “soa perigoso” no discurso de Jair Bolsonaro é “a questão do devido processo legal”. “Quando as pessoas falam, e eu sei que muitas vezes falam da boca para a fora, ‘comunista tem que morrer’ ou ‘bandido bom é bandido morto’. Esse tipo de coisa não tem espaço numa sociedade civilizada”, opinou, deixando claro porém que, na hora de algum crime, o cidadão tem o direito de exercer a sua defesa.
Em seguida, Beltrão anunciou uma promoção do livro Liberalismo, de Ludwig von Mises, na loja online do Instituto Mises Brasil e prometeu enviar um exemplar para Jair Bolsonaro e João Doria. “É o nosso dever de esclarecer e ajudar a fazer certa leitura. Quem sabe? Eu tenho esperança que as pessoas mudem. É raro, mas quem sabe”, disse.
+ ENQUETE: Doria, Bolsonaro, Alckmin ou Amoêdo: quem melhor representa o liberalismo?