O parlamentar Jair Bolsonaro, possível candidato à presidência pelo partido Patriotas (renomeação do Partido Ecológico Nacional), concedeu uma entrevista especial ao jornalista Cláudio Dantas, do site O Antagonista. Bolsonaro, que ficou em segundo lugar em uma enquete neste Boletim que perguntava quais candidatos representavam melhor o liberalismo, externou uma opinião que pode desagradar a muitos liberais: ele crê que é preciso “pensar 200 vezes antes de privatizar a Petrobras”.
O deputado disse que é necessário ter cautela com a privatização de setores considerados “estratégicos” para a sociedade e ressaltou que é terminantemente contra vender estatais para a China, porque elas seriam então administradas pelas estatais chinesas e isso seria “uma confissão de fracasso”. O problema criado pela corrupção na Petrobras se deveria, de acordo com ele, principalmente ao projeto de perpetuação do PT no poder e uma liderança moralizante seria capaz de evitar o aparelhamento. “Não tinha o patriotismo; você fazendo com patriotismo essas passagens para a iniciativa privada, isso é bem-vindo, e aí você tem como o Estado controlar alguma coisa lá dentro”, explicou.
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Bolsonaro disse também que o general Antonio Hamilton Martins Mourão, que defendeu uma eventual intervenção militar em caso de falência institucional, teria vaga garantida em seu governo. Respondendo sobre seus referenciais, Bolsonaro disse que, embora reconheça a necessidade de adaptações de suas ideias aos novos tempos, Enéas Carneiro, que por muitas vezes concorreu à presidência com bandeiras nacionalistas, ainda é uma referência para ele, assim como o presidente do regime militar, Emílio Garrastazu Médici, que ele afirma ter governado “com liberdade”.
Disse, porém, que Sérgio Moro é um dos nomes em sua lista de possíveis indicados para o Supremo Tribunal Federal; que o Estado não deve “ficar patrulhando o empreendedor, quem quer produzir”; e usou uma frase de efeito: “a intervenção militar poderá vir, mas através de um militar eleito”. Bolsonaro questionou ainda se há mesmo tanta necessidade de ele entender de Economia, já que considera sua responsabilidade escolher bons representantes para exercer cada função. “Por que tenho que entender de medicina, se vou indicar o ministro da Saúde?”, comparou. Confira a íntegra da entrevista: