Foi divulgada na madrugada desta segunda-feira (30) o resultado da consulta popular empreendida pela Prefeitura de Niterói, cidade vizinha ao Rio de Janeiro, sobre a possibilidade de equipar com armas letais a guarda municipal. Com votação facultativa, a iniciativa teve participação pequena: apenas 18,9 mil votos foram contabilizados – 13,5 mil contrários ao armamento e 5,4 mil favoráveis. A cidade tem mais de 300 mil eleitores.
Como noticiado pelo Boletim da Liberdade, o MBL era um dos grupos que mais se empenharam pela defesa do armamento da guarda. Em entrevista ao site, Bernardo Sampaio, coordenador estadual do movimento, defendeu a ideia pela lógica da descentralização do poder e por ser próxima à concepção de “municipalização da PM”. Mesmo com a baixa adesão e acusações de que houve irregularidades na votação impressa, Sampaio disse nesta segunda-feira (30) que aceitará o resultado.
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“Nessas horas, é importante ter um posicionamento sério e honesto. Eu poderia muito bem dizer que o ‘não’ ganhou por causa da baixa adesão. Que o prefeito não consegue mobilizar a população. Isso é um fato. Mas a gente sabe que a quantidade de pessoas que foram votar, quase 20 mil, e a disparidade do ‘não’ pelo ‘sim’, mostra nitidamente que as pessoas não querem a guarda armada. Isso eu só tenho a lamentar”, comentou Sampaio ao Boletim.
Ele também ponderou que o clima de violência no Rio de Janeiro pode ter contribuído para a decisão de armar a guarda. “O clima de violência gerou um trauma na cabeça dos cariocas e, consequentemente, dos niteroienses. Quando a gente fala de violência e de arma, as pessoas estão traumatizadas. […] É natural: a gente fala em arma e o que vem na cabeça das pessoas é o noticiário de ‘bandido matando’, ou ‘arma matando policial'”.
Mesmo admitindo que a consulta apresentou problemas, com eleitores que conseguiram votar duas vezes, para Sampaio a diferença tão discrepante não deixa dúvida de que o resultado não seria diferente. “Tiveram falhas [na votação] sim, muita gente reclamou. [Houve] desorganização, não tinha urna, não tinha não sei o quê. Mas isso não foi o suficiente para o ‘não’ ganhar. O ‘não’ ganharia de qualquer forma, e a gente tem que aceitar”, concluiu.
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