O jornalista Lucas Berlanza, colunista do Instituto Liberal e autor do livro “Guia Bibliográfico da Nova Direita: 39 livros para compreender o fenômeno brasileiro”, pela Livraria Resistência Cultural Editora, concedeu uma entrevista ao jornalista José Fucs, em seu blog no site do Estadão. Os temas abordados foram a sua trajetória pessoal, o conteúdo do livro e o comportamento dos novos liberais, libertários e conservadores no Brasil.
Berlanza comentou que sua rejeição às ideias consideradas “de esquerda” começou no colégio, quando foi muito mais exposto às ideias de Karl Marx que às teses liberais. Na universidade, o processo se intensificou, quando um trabalho acadêmico a respeito de Carlos Lacerda foi rejeitado em um congresso de História da Imprensa, no ano do centenário do famoso jornalista e político que governou o extinto estado da Guanabara nos anos 60. “Até tentei pesquisar para saber se havia alguma impropriedade acadêmica no texto, mas ninguém encontrou nada. Então parece que foi realmente uma rejeição ideológica”, concluiu.
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Sobre seu livro, Berlanza reafirmou que, embora soubesse que a expressão “nova direita” é polêmica – ela esteve no centro de uma tensão envolvendo Alexandre Borges e Eduardo Bolsonaro -, sua acepção no livro “é meramente temporal e não no sentido de representar uma ruptura com as ideias que existiam antes, como se houvesse surgido uma nova escola de pensamento que tivesse reinventado a roda. É apenas um marco temporal de que essas ideias liberais e conservadoras, que andaram durante muito tempo no ostracismo no Brasil, voltaram a ganhar relevância” nas redes sociais e “por meio de formadores de opinião, colunistas de jornais e editoras que estão publicando livros com uma visão liberal e conservadora”.
Perguntado sobre Jair Bolsonaro, Berlanza respondeu que a família do deputado “está tentando fazer um esforço de se aproximar dessas ideias liberais”, mas que isso ainda enfrenta “alguns atavismos pessoais” que se sobrepõem a esse esforço, citando como exemplo a excessiva admiração por Enéas Carneiro, que, na opinião do jornalista, “não tinha nada de liberal conservador”. Berlanza concluiu dizendo que os grupos sociais da chamada “nova direita” convivem com disputas de ego, que precisariam ser resolvidas, não “com a supressão das divergências, que nos fazem crescer, mas pacificando esse relacionamento com vistas a um propósito maior, ao bem do País”. Confira a entrevista completa aqui.
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