O economista Gustavo Franco, de trajetória intimamente ligada ao Plano Real, ex-presidente do Banco Central e hoje presidente da Fundação do Partido Novo, concedeu uma entrevista ao programa Roda Viva nesta segunda, dia 28. Ele abordou seu recente lançamento editorial, “A Moeda e a Lei – Uma história monetária brasileira”, sua perspectiva do momento brasileiro e as eleições de 2018. O Boletim resumiu para o leitor os posicionamentos de Gustavo Franco sobre uma série de temas levantados pelos entrevistadores:
Livro: O lançamento editorial é um resumo da história das moedas brasileiras e da sua dinâmica. O autor destaca o fato sem paralelo de que o país teve nove moedas diferentes em um período de 80 anos.
Governo Temer: Na opinião de Franco, o governo Temer é marcado pela escolha de uma equipe econômica de perfil pró-mercado, contrariando o “DNA” de seu partido, o PMDB. Embora em menor dosagem que o ideal, ele acredita que estão sendo adotadas as melhores políticas econômicas para lidar com o cenário, dentro do que é possível nas circunstâncias.
Reformas: Todas as reformas, incluindo a da Previdência tal como sugerida pelo governo, precisarão ser aprofundadas mais adiante. “O governo que virá tem que fazer a reforma da ideia de reforma”, ele disse, referindo-se à sua opinião de que deve haver uma agenda permanente de preocupação com reformas em vez de enxergar uma única mudança como a panaceia.
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Liberalismo e eleições presidenciais: “Muita gente quer vestir a jaqueta liberal”, disse. Em determinado momento, comentando os candidatos que estão à frente nas pesquisas, Franco disse que o PT de Lula deverá querer sinalizar mais uma vez ao grande eleitorado que pode conversar “mais ao centro”, enquanto a “extrema direita” (certamente, pelo contexto, uma referência ao deputado Jair Bolsonaro) está querendo “vestir a jaqueta liberal de todo jeito”. Ele acredita que isso é positivo, pois a agenda de reformas pró-mercado está prevalecendo. “Temos que ser o país do futuro de verdade. O futuro precisa chegar”, sentenciou.
Principais metas econômicas: As prioridades, para o economista, devem ser a simplificação tributária – que ele define como uma “urgência” – e a redução do custo de capital, o que envolve modificar o quadro referente aos juros, à questão fiscal e à dívida pública, bem como aumentar a produtividade média do brasileiro.
Tamanho do estado: Para Gustavo Franco, ele tem de ser, antes que mínimo, “honesto” e “certo”. “Está errado pensar que o estado vai te dar algo, se ele antes tira de você”, sintetizou.
Corte de gastos: Gustavo Franco demonstrou muita afinidade com um relatório do Banco Mundial recomendando o gerenciamento ideal de corte de gastos. Ele acredita que essas orientações precisam ser implementadas. Disse também que a verba recolhida com privatizações deveria ser empregada para abater a dívida pública.
Criptomoedas / Bitcoin: O sucesso dessas moedas “é intrigante”, porque elas “não têm nenhum lastro”. A hipótese de Franco é que elas atendem a uma demanda relevante, que seria a daqueles que querem o anonimato na operação.
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Movimentos populares: A emergência de movimentos como o Renova Brasil e o Agora! é vista com bons olhos, mas “eles vão ter que escolher um candidato e um partido em 2018”.
Paulo Guedes apontado como Ministro da Fazenda de um possível governo Bolsonaro: “Paulo quer um Brasil melhor e até com Bolsonaro ele conversa para isso”, comentou, enfatizando sua relação de amizade com o economista.
BNDES: Pode continuar existindo como banco de fomento, desde que haja investigação dos malfeitos dos últimos anos.
Bancada liberal: O Brasil é “um país de empreendedores com capitalismo pela metade”. Isso pode começar a mudar na próxima legislatura, com a formação de uma “bancada liberal” entre parlamentares do NOVO, do PSL/Livres e oriundos de movimentos liberais.
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