Desde que o deputado Jair Bolsonaro se tornou uma referência de possível alternativa para o eleitorado “de direita” nas eleições presidenciais de 2018, alguns de seus críticos, principalmente dentro do movimento liberal, passaram a aventar que é preciso não pensar em uma única pessoa como “salvadora da pátria” e adotar qualquer messianismo. Alguém decidiu dizer que o “messianismo” está nos anti-Bolsonaro.
Foi um articulista do portal Mídia Sem Máscara, site originalmente concebido pelo filósofo Olavo de Carvalho e seus alunos, que lançou essa tese. Trata-se do jornalista Thiago Cortês, em seu texto “O messianismo dos anti-Bolsonaro”, publicado no último dia 14. Thiago fundamenta sua crítica nas ideias do pensador conservador britânico Michael Oakeshott.
Resumidamente, Cortês ressalta que Oakeshott taxava de “política de fé” aquela que é devota da “Razão, a deusa da modernidade”, abraçada pelos ideólogos e “racionalistas delirantes”, crentes na existência de “respostas universais aos problemas modernos” e insatisfeitos com “o mundo possível”. Segundo o autor, os detratores de Bolsonaro tentam apresentá-lo como alguém que abraçaria a “política da fé”, mas na realidade o parlamentar nunca declarou carregar “soluções mágicas no bolso”.
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O messianismo liberal
Ao contrário, para Cortês são os liberais que não suportam o “ceticismo político saudável” de Bolsonaro, não perdoando “o fato de que ele não é expert em economia com soluções mágicas para a crise que enfrentamos”. Para ele, Bolsonaro é humilde e sensato e os liberais é que estão esperando “as soluções universais mágicas com as quais os racionalistas sonham”.
Longe de se apresentar como salvador, Bolsonaro estaria deixando claro que sua função é de estabelecer diretrizes e formar uma boa equipe, sem milagres, enquanto seus críticos querem “pacotes fechados com soluções mágicas universais”, em detrimento das “soluções circunstanciais e provisórias”.
“São eles, os liberais, que estão rejeitando Bolsonaro em nome de alternativas fabricadas que refletem a obsessão racionalista com o melhor absoluto e a rejeição ao melhor ‘dadas as circunstâncias'”, sentenciou; e concluiu: “Os liberais são os fanáticos da seita messiânica por aqui. Os liberais preferem aquilo que parece se aproximar da perfeição ao que é imperfeito, mas autêntico e com real legitimidade popular”.
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