O administrador de empresas João Luiz Mauad, recorrente colunista do Instituto Liberal, decidiu se posicionar na discussão do tema “globalismo”, que vem se intensificando entre liberais e conservadores, tendo sido o foco de um webinário promovido pelo grupo “Brasil Paralelo” entre Olavo de Carvalho e Paulo Roberto de Almeida. Para Mauad, em seu artigo “O que você precisa saber sobre globalismo e outras conspirações”, tudo não passa de “teoria conspiratória”. [1]
Conceituando “globalismo” como a ideia de que “elites políticas e empresariais poderosas e secretas (ou não tão secretas assim) conspiram para, eventualmente, extinguir os estados nacionais e instituir um governo mundial centralizado, que ficaria a cargo de uma burocracia bem treinada e sob as suas ordens”, Mauad sustenta que ele é apenas um “fantasma” que “vem ocupando espaço nos corações e mentes de muitos reacionários e anticomunistas que não vivem sem um inimigo poderoso para chamar de seu” após a queda do muro de Berlim. Para ele, como em qualquer teoria conspiratória, “qualquer fato isolado é capaz de confirmá-la, mas nenhuma realidade a desmente”, e os liberais estão perdendo tempo ao debater sobre o assunto em vez de focar nas privatizações.
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Reações críticas
Outros colunistas do Instituto Liberal desaprovaram o artigo. O jornalista Lucas Berlanza, que havia escrito sobre o debate entre Olavo e Paulo Almeida, afirmou que Mauad erra ao mencionar o nacionalismo como força emergente no mundo atual, para em seguida qualifica-lo de negação do globalismo. “Trata-se de um fenômeno majoritariamente reativo. Desde quando a reação invalida a existência da ação? Não seria justamente o oposto? Não creio que precisemos reescrever a lei de Newton”. [3] [4]
Embora sem responder diretamente a Mauad, Rodrigo Constantino escreveu um artigo de título autoexplicativo: “É muita ingenuidade achar que socialistas não se unem a capitalistas para um poder global”. Já Pedro Henrique Alves, formado em Filosofia, argumentou que o texto de Mauad é de uma “inocência que beira o ridículo”, desenvolvendo uma “tratativa simplória do tema, já partindo do pressuposto conspiratório”. O artigo de Mauad, para ele, destoa de seus outros “ótimos textos”, demonstrando “trato minimizado das agendas que atuam abertamente, sem necessidade de conspiratas, nos seios das grandes organizações”. [5] [6]
EDITADO às 22h26 do dia 03/01/2018: No primeiro parágrafo, substituímos o termo “debate” pela expressão “webinário do Brasil Paralelo”.
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