A crise venezuelana já se arrasta há bastante tempo, inclusive provocando uma onda crescente de refugiados no norte do Brasil. Muito se discute como resolver isso. O economista Rodrigo Constantino, colunista da Gazeta do Povo, replicou um artigo publicado pela Folha de S. Paulo no último dia 3 sugerindo a necessidade de considerar uma medida radical: a ação de uma força militar estrangeira para deter o regime de Nicolás Maduro. [1]
O autor é Ricardo Hausmann, ex-ministro do Planejamento daquele país entre 1992 e 1993 e ex-economista-chefe do Banco Interamericano de Desenvolvimento, atualmente diretor do Centro para Desenvolvimento Internacional da Universidade Harvard. Com o título “Intervenção militar estrangeira na Venezuela deve ser considerada”, ele basicamente sustenta que, “conforme pioram as condições na Venezuela, as soluções que agora devem ser consideradas incluem o que antes era inconcebível”, isto é, “a intervenção militar por uma coalizão de forças regionais”. [2]
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Constantino decidiu destacar parágrafos em que Hausmann fornece fundamentos legais para a iniciativa. Ele começou comparando essa força regional com a coalizão internacional que libertou a Europa no final da Segunda Guerra Mundial, unindo canadenses, australianos, britânicos e americanos, e com a ação dos EUA para livrar o Panamá “da opressão de Manuel Noriega, instalando a democracia e o mais rápido crescimento econômico da América Latina”.
Em seguida, ele efetivamente detalhou o que diz o direito internacional: “nada disso exigiria a aprovação do Conselho de Segurança da ONU (o que a Rússia e a China poderiam vetar), porque a força militar seria convidada por um governo legítimo buscando apoio para o cumprimento da Constituição do país”. A ideia é que a Assembleia Nacional decrete o impedimento de Maduro e, não conseguindo retirá-lo, acione as forças internacionais.
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