Há não muito tempo, para ser considerado socialmente um formador de opinião, seria preciso ser publicado em algum veículo de renome ou, quando não, ter grande visibilidade em alguma área para que fosse ouvido pelos outros com atenção. Com a internet, no entanto, os formadores de opinião, agora chamados de influenciadores, vão além. Mais do que serem publicados, precisam ser efetivamente lidos, clicados e serem capazes de gerar engajamento com a sua mensagem. Nessa esfera, Beatriz Kicis é uma das estrelas em rápida ascensão.
Advogada e radicada no Distrito Federal, Kicis conseguiu captar o espírito do tempo e tornar-se, com competência e carisma, uma das principais vozes na rede quando o nicho em análise é o espectro político da direita – e sem medo do estereótipo. Apenas no Facebook, conquistou cerca 250 mil seguidores e, semanalmente, engaja 90 mil com curtidas, comentários e compartilhamentos. Em entrevista exclusiva ao Boletim da Liberdade, Kicis compartilha sua trajetória como formadora de opinião – iniciada, ela conta, no segundo turno das eleições de 2014 – e fala também sobre momentos marcantes que tem vivido.
Apoiadora de Jair Bolsonaro – que considera como sendo a melhor opção para a direita e para o Brasil nas eleições de 2018 -, ela mostra respeito pelo NOVO, mas sentencia que os liberais devem apoiar “tranquilos” o ex-militar. “Com a chegada do Paulo Guedes, creio que esse temor dos liberais está totalmente liberado. Porque ele atende tanto os anseios dos conservadores quanto dos liberais”, defende.
Em 2015, ativa no movimento que derrubou Dilma Rousseff e o PT do poder, assinou o pedido de impeachment que foi levado pelo MBL na “Marcha pela Liberdade” – caminhada de São Paulo à Brasília para se encontrar com o então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. “Esse pedido o Eduardo Cunha não pôde arquivar porque estava muito bem feito juridicamente. Ele só arquivou quando, politicamente, decidiu acolher o do Hélio Bicudo”, diz.
Caso seja candidata em 2018 – ela revela ainda estar analisando a hipótese -, Kicis fará parte de um grupo de brasileiros que cresceu em popularidade nas manifestações de rua e que pode ser a nova cara do Congresso a partir do ano que vem. “Eu quero participar desse processo de ocupação de espaços. O que eu estou decidindo é onde eu sou mais importante”, antecipa.
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Confira, abaixo, a entrevista na íntegra:
Boletim da Liberdade: A senhora é uma das principais influenciadoras digitais da direita brasileira. Como começou seu interesse pela política, a trilhar esse caminho e a quais razões a senhora atribui o sucesso que tem tido?
Beatriz Kicis: Eu comecei, como muitos brasileiros começaram, entre o primeiro e o segundo turno das eleições de 2014. Quando eu vi que tinha um perigo da reeleição da Dilma. Então pensei que tinha que fazer alguma coisa. E aí eu comecei a ir um pouco para a rua, fazendo campanhas que, para mim, eram contra a Dilma. E quem era o outro candidato? O Aécio. Então eu fazia campanha pelo Aécio, mas lutando contra a reeleição da Dilma.
Achava que o caminho que o Brasil estava trilhando era muito perigoso. Fiquei muito decepcionada quando houve a reeleição dela e também muito desconfiada dos resultados. A forma como foi feita a apuração, a forma como foi feita a virada… eu fiquei desconfiada daquilo. E comecei a ir pra rua, para o Congresso, a encontrar pessoas. Uma das pessoas que eu conheci foi o Marcelo Reis, do “Revoltados Online”. Conheci também o [cantor] Lobão. Pessoas que estavam também na mesma luta.
Nesse tempo, me uni a um grupo de juristas para trabalhar contra projetos que a gente via que eram ligados à agenda do Foro de São Paulo. Um grupo formado por advogados, juízes e promotores lá em Brasília que chamava-se de “Foro de Brasília”. Eles me convidaram para fazer parte e eu entrei. Começamos a fazer, principalmente, peças processuais contra um monte de coisa errada que a gente via.
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Uma das coisas que a gente fez, por exemplo, foi uma ação popular contra a doação da termoelétrica do Rio Madeira, que a Dilma ía doar para o Evo Morales. Naquela época, o Brasil ía gastar R$ 60 milhões para arrumar aquela usina e doar para a Bolívia. E aí a gente entrou com uma ação popular, conseguiu a liminar e, depois, impedir o gasto e a doação. A liminar foi confirmada por sentença… enfim, a gente fazia essa parte mais jurídica.
Só que o Marcelo Reis me convidou a fazer parte do “Revoltados Online”. E aí eu passei a fazer vídeos para explicar para a população em geral o que que acontecia. Então eu pegava os acontecimentos do Poder Judiciário, do Executivo ou do Legislativo, e explicava as questões jurídicas, só que de forma muito simples. Com uma linguagem para leigos. E as pessoas começaram a gostar disso. Porque as pessoas são muito carentes de informação.
Eu atribuo muito o sucesso do que eu faço por eu ter uma formação jurídica. Eu tenho uma visão que muitas vezes as pessoas não conseguem ter do que está acontecendo. Traduzo isso com uma linguagem bem simples para as pessoas nos meus vídeos.
Eu atribuo muito o sucesso do que eu faço por eu ter uma formação jurídica. Eu tenho uma visão que muitas vezes as pessoas não conseguem ter do que está acontecendo. Traduzo isso com uma linguagem bem simples para as pessoas nos meus vídeos.
O “Revoltados Online” tinha um alcance muito grande. Era a maior página de direita que existia. Enquanto o MBL, na época, tinha 250 mil seguidores, o “Revoltados Online” tinha 1,7 milhão de seguidores. Só que o Facebook derrubou a página do “Revoltados Online”. Porque incomodava muito, então derrubou. E até hoje o Marcelo está brigando na justiça para reaver a página.
Depois, eu criei o meu instituto: o Instituto Resgata Brasil. Que é uma associação civil sem fins lucrativos. Lutei para conseguir o brasão novamente no passaporte. Entre com ação, representação com o ministro da justiça, uma série de coisas. Algumas deram certo, outras não. Mas a gente continuou na luta.
Então eu faço tanto um trabalho de bastidores, um trabalho jurídico, como um trabalho de aparecer nas mídias explicando para as pessoas. Contando o que eu estou fazendo.
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Boletim da Liberdade: Quais são os maiores desafios e responsabilidades de falar com centenas de milhares de pessoas diariamente?
Beatriz Kicis: O desafio é fazer as pessoas enxergarem o que está acontecendo. O brasileiro se afastou muito da política. No dia a dia, a gente cresceu – a minha geração e outras – acreditando que política é um jogo para bandidos e nunca quis se envolver com isso. Agora, a gente está vendo que essa foi uma estratégia de ocupação de espaços da esquerda. Essa coisa de “ah, todo mundo é igual”. Então eu procuro mostrar para as pessoas que nem todo mundo é igual. Que existe uma escala de valores e de banditismo também. Então você tem pessoas que cometem pequenos delitos, outras que cometem delitos gigantes. Esse discurso de que “todo mundo é igual” faz com que as pessoas não queiram se envolver ou queiram partir para uma intervenção [militar], pedindo pela intervenção.
Eu não acredito que isso vá acontecer. Acho que o grande desafio é mostrar para as pessoas que nós somos os responsáveis por resgatar o nosso país. Claro que a gente precisa do apoio das forças armadas, senão não adianta. Não adianta o povo se unir se não tiver o apoio das forças armadas. Porque as instituições detêm o poder. Mas a gente precisa ser responsável. Cabe a cada um de nós entender que nós somos os responsáveis por mudar esse país. O grande desafio é fazer as pessoas se sentirem responsáveis.
Cabe a cada um de nós entender que nós somos os responsáveis por mudar esse país. O grande desafio é fazer as pessoas se sentirem responsáveis.
Muitas pessoas falam para mim “ah, Bia, você me representa”. Então eu respondo: “não, é você quem tem que participar do processo”. Esse é o grande desafio.
Boletim da Liberdade: Quais intelectuais ou influenciadores que foram ou têm sido influência para o seu trabalho?
Beatriz Kicis: Primeiro, em absoluto, é o Olavo de Carvalho. Porque até pra eu pensar “nossa, eu preciso fazer alguma coisa” foi quando eu comecei a conhecer o Olavo, a obra dele. Uma vez eu vi uma palestra do Olavo e aí eu pensei: “nossa, o que é isso, o que esse homem está falando”. Nunca havia prestado atenção nisso. Então eu vi que, assim como eu, a maioria dos brasileiros não tinha a menor noção do que estava acontecendo no cenário político não só do Brasil mas internacional. Então o Olavo é, para mim, o maior influenciador.
Outra pessoa que eu sigo e admiro muito o trabalho é do padre Paulo Ricardo. Também o padre José Eduardo. Eu gosto muito do trabalho dele, principalmente combatendo a ideologia de gênero. Eu sigo muito também o Leandro Ruschel, que é um influenciador das redes. Ele é brasileiro, mas mora em Miami. Conheci ele quando estive nos Estados Unidos e ele também é aluno do professor Olavo. Existem várias pessoas, mas esses tem sido os maiores influenciadores para mim.
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Boletim da Liberdade: Os últimos três anos foram marcados por intensa crise política, que levaram ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e a prisão de diversas lideranças políticas. Qual foi a importância das redes sociais nesse período?
Beatriz Kicis: Eu enxergo as redes sociais como sendo o único palco que a gente tem para se expressar. Porque a gente não pode confiar na mídia convencional, de jeito nenhum. Porque a mídia está tomada também com a ideologia globalista. Muitas pessoas falam “ah, mas você acha que fulano é comunista?”. Mas não é só o comunismo. Muitas pessoas são de esquerda sem nem saber que são de esquerda. Mas o globalismo é algo que realmente tomou conta da mídia. Aí você vê o ataque à Donald Trump, o ataque à Jair Bolsonaro. Todas as pessoas que se propõem a romper com esse esquema são massacradas pela mídia.
Isso também se vê pelo tratamento de pessoas com crimes tão gigantescos, que é o caso do Lula, o chefe do maior esquema de corrupção que já houve na história. E a mídia trata com tanta delicadeza e deferência. Se não fossem as redes sociais, eu acho que nada teria acontecido. Nós não teríamos conseguido o impeachment. A gente não teria se encontrado, você não estaria aqui me entrevistando. As redes sociais são fundamentais. Infelizmente, elas também são bastante parciais e alinhadas a esquerda.
Se não fossem as redes sociais, eu acho que nada teria acontecido. Nós não teríamos conseguido o impeachment. A gente não teria se encontrado, você não estaria aqui me entrevistando.
Um exemplo disso, como citei antes, é o da página do “Revoltados Online” [que foi excluída]. Ou, mais recentemente, da minha página, “Fora Foro de São Paulo”, que foi removida do Facebook há coisa de um mês e tinha quase 500 mil seguidores. A página batia muito no esquema globalista e foi derrubada.
Certa vez, cheguei a parar na CPI dos Crimes Cibernéticos porque o Jean Wyllys me convocou dizendo que eu era uma criminosa cibernética por causa dos meus vídeos. Então eu fui na CPI, consegui que mudassem a convocação para convite, e no final saí de lá ovacionada. A sala de audiências estava lotada. Houve uma derrota moral porque os deputados da esquerda estavam querendo me constranger. Mas, para você ver o grau de como a coisa funciona. Você ter o estado te perseguindo, o estado contra você, é uma coisa terrível. E as pessoas têm muito medo disso. É por isso que elas se calam tanto.
Boletim da Liberdade: Como testemunha ocular disso tudo, sendo uma das personalidades da sociedade civil mais engajadas nesse processo, há algo que tenha lhe marcado mais?
Beatriz Kicis: Com certeza, a luta pelo impeachment foi muito marcante. Até porque eu, junto com o Adolfo Sachsida e a Claudia Castro, e outras pessoas, fomos os autores do pedido de impeachment que a gente entregou ao [então presidente da Câmara dos Deputados] Eduardo Cunha no dia 27 de março [de 2015]. Que foi aquele que a gente fez quando o MBL fez aquela caminhada. E nós fizemos o pedido de impeachment e entregamos. Esse pedido o Eduardo Cunha não pôde arquivar porque estava muito bem feito juridicamente. Ele só arquivou quando, politicamente, decidiu acolher o do Hélio Bicudo.
Eu participei muito ativamente do processo de impeachment. Estava lá em cima no carro de som. Uma coisa que me marcou muito foram as manifestações na [Avenida] Paulista. Quando a gente via aquele mar de pessoas participando, clamando por um Brasil diferente. Infelizmente, você não consegue trazer as pessoas para a rua a qualquer momento.
Outra coisa que me marcou muito foi a espontaneidade com que as pessoas foram para a rua, para a frente do Palácio do Planalto, no dia que a Dilma nomeou o Lula para ser chefe da Casa Civil. Quando eu recebi essa notícia, fiquei desnorteada. Aí eu pensei o que poderia fazer. A única coisa que me ocorreu foi ir para a frente ao Palácio do Planalto. Dez mil pessoas se uniram naquele momento, naquele local, espontaneamente. Aí teve aquele juiz que suspendeu a liminar, suspendendo a posse. Me marcou muito a resposta da população sem nenhum grupo chamar, sem ninguém chamar. Foi um momento muito especial.
Uma outra coisa que foi muito marcante para mim foi quando eu recebi um convite para receber uma comenda de embaixadora da paz na Terra Santa. E esse ano eu estive em Israel para receber essa comenda. Pisar em Israel, ir lá receber essa terra abençoada. Eu pretendo levar adiante essa missão. Lutando para que o Brasil volte a ser amigo de Israel, volte a apoiar Israel. O Brasil teve um papel fundamental no processo de criação do Estado de Israel. Fundamental. E hoje o Brasil, tanto no governo FHC, como no do Lula quanto no governo da Dilma, virou as costas para Israel. Chegou ao ponto de o Brasil recusar as credenciais do embaixador de Israel. Isso foi um incidente político dos mais vergonhosos que o Brasil já teve. O Brasil sempre foi grande. Participava de tudo. A diplomacia do Brasil era reconhecida como uma das maiores do mundo. E hoje nós somos anões diplomáticos. E muito se deve ao fato de o Brasil ter virado as costas para Israel. E ter se filiado, digamos assim, ao Estado Palestino. Eu acho que é muito importante essa missão de embaixadora da paz na Terra Santa
https://www.youtube.com/watch?v=F9guZzZH01U
Boletim da Liberdade: Já que a senhora puxou a questão do voto impresso, vamos falar de eleições. Existe grande expectativa para as eleições de 2018. A senhora já manifestou diversas vezes apoio à Jair Bolsonaro. Por que ele seria a melhor opção para o Brasil e para a direita em 2018?
Beatriz Kicis: Ele é o melhor candidato para a direita porque é o único. Não existe nenhum outro. Existe até o Amoêdo, do Partido Novo. Respeito o NOVO. Acho um partido bacana, que faz um trabalho legal. Mas o NOVO fala mais da questão econômica, não se importa muito com os valores. E eu acho que, nesse momento, precisamos resgatar mais os valores da família, os [valores] judaico-cristãos. Acho que isso é fundamental até para a sobrevivência da nossa sociedade. Não é só uma questão econômica.
Então, em primeiro lugar, ele é o único da direita. E, em segundo lugar, ele é o melhor para o Brasil porque ele é o único candidato que eu acredito que realmente vai romper com esse esquema. O esquema globalista, o esquema comunista. Eu não acredito em nenhum outro. Todos os outros são mais do mesmo. PMDB? PSDB? Podemos? Todos esses candidatos são socialistas. Não tem jeito. A gente já tirou o véu dos olhos. A gente sabe do mal. O PT era o maior. As pessoas perguntam: “do que adiantou tirar a Dilma, então?”. Adiantou sim. Porque a gente tirou a caneta da mão daquela mulher que estava fazendo um estrago gigantesco.
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Se não tivéssemos tirado ela, iam continuar esses empréstimos do BNDES para ditaduras comunistas e tudo continuaria como antes. Nunca teríamos sucesso em algumas ações como o “Escola Sem Partido” está tendo. Essa questão aí da redação do ENEM, que recentemente o Supremo confirmou que não pode zerar a prova de quem fala contra os direitos humanos da forma como eles entendem. E tem também os blogs de esquerda que perderam dinheiro. E também o fim da obrigatoriedade do imposto sindical, que foi uma das coisas mais marcantes. Se a Dilma Rousseff não tivesse saído, a reforma trabalhista não teria sido aprovada também.
Temos muito trabalho pela frente, mas somente o Jair Bolsonaro está disposto a romper com esse esquema. Mais ninguém. Porque o Jair Bolsonaro, além de ser uma pessoa que preza pelos valores conservadores, que são tão importantes, com a chegada do [economista] Paulo Guedes ele mostrou que tem uma equipe para trabalhar com a parte econômica. Muitas pessoas criticavam o Bolsonaro porque “não saber nada de economia”. Com a chegada do Paulo Guedes, creio que esse temor dos liberais está totalmente liberado. Porque ele atende tanto os anseios dos conservadores quanto dos liberais. E empresários como Winston Ling também apoiam o Bolsonaro. Os liberais podem vir tranquilos com Bolsonaro, porque ele já mostrou tem uma equipe e apoiadores que falam por si. Que dispensam apresentação.
Boletim da Liberdade: Atualmente, de acordo com as pesquisas, Bolsonaro e Lula disputariam o segundo turno nas eleições presidenciais. A senhora acredita mesmo que Lula tenha ainda tanta popularidade? A senhora acredita que ele irá preso antes das eleições?
Beatriz Kicis: Em primeiro lugar, eu não acredito que ele tenha essa popularidade toda. O Lula tem um percentual, que talvez seja uns 20%, que votam nele mesmo se tivesse uma fita, por exemplo, com o Lula dando um tiro na cabeça do Celso Daniel. Digamos que existisse isso. Não foi isso que aconteceu. Não foi dessa forma. Não foi o Lula quem apertou o gatilho, a gente sabe que não. Mas, se tivesse isso, ainda assim, esses 20% votariam nele. Porque são pessoas que votam nele por qualquer motivo. Pode ser escancarado qualquer crime. São pessoas que estão alinhadas com ele. Que se beneficiam tremendamente pelo esquema, fazem parte do esquema, ou são pessoas completamente ignorantes. Mas eu acredito que não passe de 20%.
Muitas pessoas criticavam o Bolsonaro porque “não saber nada de economia”. Com a chegada do Paulo Guedes, creio que esse temor dos liberais está totalmente liberado. Porque ele atende tanto os anseios dos conservadores quanto dos liberais.
Com relação a ele ir ou não preso, isso vai depender muito. Porque esses 20% que citei são o que chamamos de “minoria barulhenta”. Eles são barulhentos e criminosos. Estão aí pressionando o TRF-4, já marcaram audiência com o presidente do TRF, Thompson Flores. Estão pressionando. Convocando a tacar fogo em Porto Alegre. São pessoas que perderam a cerimônia do crime. Não se importam em proclamar que vão cometer atos criminosos. Então isso vai depender muito de como o [Poder] Judiciário vai responder a tudo isso. Se o Judiciário tivesse vergonha na cara, já teria mandado prender o Lula. Mas por que ele não está preso ainda? Porque a pressão internacional pode ser grande. A gente sabe que o Lula conta com vários comparsas internacionais. Onde o dinheiro corre solto. George Soros, todo esse pessoal tá com ele. Artistas como o Bono dizendo que vem para cá. O esquema é muito grande.
Aqui dentro, porém, os brasileiros mesmo, não acredito que apoiem o Lula. A não ser quem tenha um esquema criminoso fortíssimo com ele e por ele. Então se ele vai ser preso ou não… a gente precisa da prisão dele, o Brasil merece isso. Eles nos devem isso. Eles devem isso ao Brasil. Eu não vou me conformar se ele pegar um regime semiaberto. Ele precisa ser preso. Agora se ele vai ou não, isso vai depender de como as nossas instituições vão responder. Eu confio no Supremo? Não. Eu confio zero no Supremo. Zero. Mas eu espero que a gente receba esse presente, que é a prisão do Lula.
Boletim da Liberdade: Como a senhora pretende atuar ao longo das eleições? A senhora pretende ser candidata, ou pretende apoiar candidatos também para outros cargos, além do presidente da república?
Beatriz Kicis: Eu estou me decidindo com o que eu vou fazer. Se eu vou continuar atuando dessa forma, nas redes sociais, ou se é o momento de dar outro passo. Se eu for participar, é claro que será ao lado de Jair Bolsonaro. Eu não tenho partido, nunca me filiei a partido nenhum. Eu estava pensando em entrar para o Patriota, mas como imaginei que não era um terreno muito seguro, esperei. Agora o Jair foi para o PSL, eu estou aguardando. Eu apoio o Jair Bolsonaro e eu quero participar desse processo de ocupação de espaços.
O que eu estou decidindo é onde eu sou mais importante na ocupação de espaços. Se é concorrendo a um cargo eletivo, ok: eu posso concorrer. Mas esse nunca foi o meu plano. O meu plano é ocupar espaço. Então eu estou analisando qual é a melhor forma. Se é junto com a OAB, porque eu sou advogada. A OAB é outra instituição completamente tomada. Ou se seria concorrendo ao parlamento. Ou se seria se dedicando mais ao meu instituto, o Resgata Brasil, e com essa associação conseguir unir mais as pessoas. Mas o meu sonhar é esse. É que com o meu instituto eu conseguisse mobilizar mais as pessoas.
O que eu estou decidindo é onde eu sou mais importante na ocupação de espaços. Se é concorrendo a um cargo eletivo, ok: eu posso concorrer. Mas esse nunca foi o meu plano. O meu plano é ocupar espaço.
Mas eu vou dizer uma coisa: é muito difícil mobilizar as pessoas sem ter um esquema por trás. Porque a gente não tem ninguém nos patrocinando. Então é muito complicado. Porque só quem patrocina ONG é a esquerda. Qualquer ONG que montarem aí de esquerda chove milhões. Vem dinheiro de fora. Então eu experimentei isso. Tenho há dois anos o meu instituto e vejo como é difícil. E, em razão disso, estou disposta a concorrer a um cargo eletivo.
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Boletim da Liberdade: Muito obrigado pela entrevista. Por fim, quais são os projetos que podemos esperar da senhora ao longo de 2018? Alguma novidade ou livro vindo por aí?
Eu pretendo continuar trabalhando na minha página. Continuar estudando. Eu faço o Curso Online de Filosófia do professor Olavo. Pretendo continuar estudando muito. Porque, no final das contas, se a gente não conseguir mudar o Brasil, meu conhecimento está crescendo muito e eu estou melhorando como pessoa também. Então eu pretendo continuar com isso e também encontrar um pouco de espaço para se dedicar a minha família. Porque, se a gente bobear, essa coisa de política toma conta de todos os espaços da vida da pessoa.
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