A revista Istoé noticiou em sua edição desta sexta-feira (9) que não há consenso sobre o envio de tropas brasileiras para mais uma missão de paz da ONU. Segundo a publicação, o envio de 750 militares brasileiros para a República Centro Africana enfrenta resistência dentro do Ministério das Relações Exteriores e também no próprio Exército.
Segundo a publicação, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, teria prometido se empenhar pela aprovação da missão no Congresso. Se aprovada, a expectativa é que a missão comece ainda no primeiro semestre. Em janeiro, dez militares brasileiros estiveram no país para fazer um reconhecimento de terreno. A República Centro Africana tem sofrido uma onda de assassinatos de civis por parte de milícias paramilitares. [1] [2]
A revista diz, no entanto, que “diplomatas e altos oficiais contrários ao projeto consideram loucura colocar tropas brasileiras em terreno onde cresce a ação de fundamentalistas islâmicos”. O argumento principal é que “um confronto direto, mesmo que vitorioso, colocaria o Brasil na lista de países onde o terrorismo alega ter faturas a cobrar”.
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Para o internacionalista Pedro Rafael, especialista do Instituto Millenium, ouvido pelo Boletim da Liberdade, participar das missões “não é algo fácil”, mas pode trazer benefícios ao Brasil. “O país tem entre os dez maiores ensinos militares do mundo. [A missão] manteria nossos militares na prática diária. Somos conhecidos como um país pacífico e vamos para levar a paz, e não a guerra”, argumenta.
Quanto a possibilidade de criar problemas com grupos terroristas, Pedro Rafael observa que não seria a primeira vez que o Brasil lidaria com o tema. “Existe o boato que na tríplice fronteira existem núcleos terroristas, assim como na amazônia venezuelana, que fica na fronteira do Brasil. O risco sempre existe, tendo participação nessas operações de paz ou não. Mas nos eventos que o Brasil sediou nos últimos anos, nada aconteceu. Estamos livres dessas ameaças”, conclui.
Não é a primeira vez, no entanto, que o Brasil participaria em larga escala em missões de paz da ONU. Durante 10 anos, o Brasil manteve forças militares pacificadoras no Haiti. Em 2014, segundo um levantamento feito pela BBC, os gastos estimados com a missão já haviam ultrapassado R$ 1,3 bilhão. [3]
O Boletim quer saber a sua opinião: o Brasil deve participar da missão da paz da ONU e enviar 750 militares para a África, ainda que com o risco de participar de conflitos diretos com grupos terroristas islâmicos? Vote na enquete abaixo, que ficará aberta até o próximo sábado (17):
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