A índia Ysani Kalapolo, que nasceu e cresceu em tribo da cultura Kalapalo, no Xingu, publicou na última sexta-feira (9) nas redes sociais um vídeo sobre a recente polêmica a respeito de fantasia de índio no carnaval. Segundo ela, ao contrário do que propagado por sites como o Catraca Livre, não se trata de algo ofensivo.
“Não tem nada demais usar o cocar e adereços indígenas no carnaval. Inclusive, os próprios indígenas, nas vésperas de carnaval, aparecem nas cidades mais próximas só para comemorar o carnaval com cocar e adereços. Para o meu povo, isso não é nada demais. Ao contrário, valoriza. A gente fica feliz”, desabafou.
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Ela ainda complementa: “A gente fica feliz quando vê o branco usando um cocar indígena. Por que? O que conota? Na minha visão, quando o branco está usando ali o cocar indígena, as pessoas vão lembrar dos índios. Se vão pensar bem ou mal, isso vai da cabeça de cada um”.
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Polêmica
A polêmica acerca de fantasias politicamente incorretas surgiu após a publicação de um vídeo viral do site Catraca Livre. Além de julgar as fantasias de indígenas, o site – que ficou, recentemente, conhecido também por divulgar receitas culinárias com fezes – também condenou homens que se fantasiam de mulheres ou fantasias que estereotipam profissões, como enfermeiras. [1]
Fabio Ostermann, ex-diretor do Instituto Liberal e uma das principais lideranças do movimento Livres, comentou o assunto em suas redes sociais. Ele ponderou que esse discurso da “esquerda pós-moderna” apenas estimula o desenvolvimento de uma direita de “mitadas”, simbolizada pelo pré-candidato à presidência Jair Bolsonaro: [2]
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“Estou cada vez mais convencido de que nada produz tanto eleitor do Bolsonaro quanto essa tara politicamente correta que ignora e tira de foco problemas gravíssimos do nosso país para enfatizar microagressões absolutamente irrelevantes para qualquer pessoa adulta dotada de bom senso”, disse, complementando que, para ele, o que mais existem são “pessoas comuns, que só querem viver suas vidas em paz sem fazer mal a ninguém, ficando de saco cheio dessa falta de noção da ‘esquerda pós-moderna’. E, não sem surpresa, alguns acabam concluindo que é só com ‘mitadas’ que se combate as ‘lacradas’.”
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