O economista Paulo Guedes, atualmente um dos principais interlocutores econômicos do pré-candidato à presidência da república Jair Bolsonaro, defendeu em entrevista neste domingo (25) para o jornal Folha de S. Paulo uma “aliança política entre o liberal econômico e o conservador em costumes”.
Rotulado como “ultraliberal” pela publicação, Guedes comparou Bolsonaro ao lema de “ordem” da bandeira do Brasil e o liberalismo como o “progresso”. Para ele, a governabilidade de um eventual governo Bolsonaro viria a partir de “uma aliança de centro-direita”. “É um novo eixo. É mais Brasil e menos Brasília. É não ter toma lá, dá cá, não ter 40 ministérios”, comentou.
Ao longo da entrevista, Guedes defendeu uma ampla privatização para baixar a dívida pública. “Se privatizar, você zera a dívida, tem muito recurso para saúde e educação. Ah, mas eu não quero privatizar tudo. Privatiza metade, então. Já baixa metade da dívida”. Segundo o economista, que também é um dos fundadores do think tank liberal Instituto Millenium, “o país é um paraíso dos rentistas e inferno dos empreendedores”.
“O governo é muito grande, bebe muito combustível. Mas se você olhar apara educação, saúde, ele é pequeno”, afirmou. Questionado pelo jornal se haveria resistência quanto a privatizações, Guedes foi rápido: “Resistência de quem? O povo brasileiro é contra? Ou será que são vocês [imprensa]?”.
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Guedes também falou sobre os impostos no Brasil. Ele defendeu a simplificação e a redução das alíquotas. “Eu acho que nenhuma alíquota no Brasil podia ser mais de 20%. Em vez de ter o isento e o de 37%, vamos para o 20%?”, sugeriu, explicando que prefere que todos paguem sua parte. “Tem que reduzir drasticamente o número de impostos. São 54, quando você soma as contribuições. Tem que cair para 8 ou 10 no máximo”.
Quando perguntado se Jair Bolsonaro já havia se convertido ao liberalismo, Guedes outra vez é direto: “Tem que perguntar para ele”. “Ele me pediu um programa econômico. Esse grau de intervenção do estado na economia dá um poder extraordinário. Por que as pessoas têm medo do Bolsonaro? Será que é porque a máquina de moer na mão dele deve doer?”, provocou, explicando em seguida que essa “máquina de moer” seria o tamanho do estado, a qual o pré-candidato estaria disposto a fazer um grande corte.
Por fim, Guedes amenizou questões polêmicas relacionadas à história política de Bolsonaro. Sobre os elogios que o pré-candidato fez ao militar Carlos Brilhante Ustra, considerado por muitos um torturador, ele afirmou: “O Ustra disse que não torturou ninguém. Quem está falando a verdade?”.
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