O empresário do ramo educacional Eduardo Mufarej idealizou no final de 2017 a criação de um programa de formação para uma nova geração de políticos no país. Com o apoio de outras lideranças – entre eles, o apresentador Luciano Huck, que fez questão de enviar uma mensagem aos participantes -, estava criado o RenovaBR, que deve capacitar ao longo desse semestre cerca de 150 brasileiros para “atuar na linha de frente da renovação”.
Em entrevista ao Boletim da Liberdade, Mufarej explicou a razão pela qual desenvolveu o projeto – que dá aos participantes acesso a aulas online e presenciais, coaching e bolsa – e também comentou sobre a polêmica envolvendo o MBL, que acusou movimentos como o RenovaBR e o “Agora!” a financiarem “jovens candidatos de grupos de esquerda”.
Boletim da Liberdade: Por que nasceu o RenovaBR?
Eduardo Mufarej: O RenovaBR surgiu da vontade de estimular a sociedade a não ficar apenas no discurso e buscar realizar ações concretas para melhorar a política brasileira. Por isso mesmo, a iniciativa surgiu como o lema “Da sociedade para a sociedade”. Queremos contribuir para a formação de novas lideranças dispostas a atuar na linha de frente da renovação política do país, rompendo com as velhas práticas e focando em gerar impactos que sejam positivos para a sociedade.
Boletim da Liberdade: Qual foi a sua avaliação das primeiras semanas do RenovaBR com aulas presenciais em São Paulo?
Eduardo Mufarej: O primeiro momento de imersão foi um sucesso. Foram duas semanas intensas de aulas com grandes especialistas em uma gama variada de temas, como Inovações Políticas, Desafios do Brasil, Funcionamento do Legislativo, Liderança Positiva, Marketing Político e vários outros tópicos relevantes para uma atuação de impacto na política. O feedback que recebemos dos participantes sobre as aulas foi muito positivo.
Além disso, a primeira oportunidade que eles tiveram de estar em contato uns com os outros, dialogar, debater, comparar pontos de vista e aprender foi muito valiosa. Formamos uma turma bastante diversificada, com gente vinda das mais diversas realidades e com os mais variados posicionamentos políticos. Mas o mais importante é que, além de pessoas de grande potencial, são indivíduos dispostos a ouvir outros lados, conversar com respeito e buscar pontos de convergência pelo bem do país. Presenciamos debates muito enriquecedores ao longo dessas duas semanas, o que reforçou nosso otimismo em relação aos novos líderes que pretendemos formar e inserir no cenário político brasileiro.
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Boletim da Liberdade: Até as eleições, estão previstas quais atividades?
Eduardo Mufarej: Na verdade, as atividades se encerram em julho, bem antes das eleições. Até lá, os participantes terão aulas presenciais e a distância, totalizando 240 horas entre atividades obrigatórias e eletivas. O curso aborda uma variedade de temas, como Direito Eleitoral, Media Training, combate à corrupção, redução de desigualdades, entre outros. Além disso, cada participante tem o acompanhamento contínuo de um coach, capacitado pela Sociedade Brasileira de Coaching, que o orientará e o ajudará a encontrar suas principais competências para realizar transformações relevantes na nossa política.
Para seguir no programa até o final, os participantes precisam cumprir carga horária mínima de 200 horas e ter 80% de aprovação nas avaliações feitas ao longo do curso, além de seguirem alinhados com o propósito do RenovaBR de atuar em prol da ética, da democracia e da vontade de servir à sociedade.
As duas primeiras semanas de imersão ocorreram em São Paulo, entre os dias 22 de janeiro e 2 de fevereiro. Depois disso, os participantes voltaram para suas respectivas cidades, onde estão cumprindo com atividades de ensino à distância. O próximo encontro ocorre entre 14 e 16 de março, também em São Paulo. Depois disso, ainda haverá aulas presenciais nos meses de abril, maio e junho, além do encontro final de encerramento do curso em julho.
Boletim da Liberdade: Serão lançadas novas turmas em 2018 antes das eleições?
Eduardo Mufarej: Sim. Estamos formando uma segunda turma de 50 pessoas, com início das atividades previsto para março. Para essa turma, não abrimos processo seletivo ao público – as pessoas estão sendo selecionadas por meio de um processo de hunting. O principal objetivo é contemplar estados que ainda não têm representantes no RenovaBR, como Maranhão, Tocantins, Piauí e Paraíba. Os critérios de seleção são exatamente os mesmos utilizados no primeiro processo.
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Boletim da Liberdade: Alguns grupos e personalidades, especialmente o MBL, criticaram o RenovaBR por, supostamente, não ter candidatos de direita. Isso é verdade?
Eduardo Mufarej: De maneira alguma. O RenovaBR é uma iniciativa suprapartidária, e nós nunca favorecemos um ou outro posicionamento político em nosso processo de seleção. Pelo contrário, acreditamos que a pluralidade de ideias é importante, e por isso mesmo buscamos formar uma turma que contivesse visões de mundo variadas. Muitos dos nossos participantes defendem posições alinhadas à direita no espectro político. O próprio Boletim da Liberdade já publicou matérias ressaltando a presença de lideranças liberais na nossa turma. Não impomos visões de mundo a essas pessoas, e sim as estamos capacitando para que, dentro daquilo em que acreditam, consigam construir uma atuação marcada por um jeito eficiente, responsável, inovador e positivo de fazer política.
O RenovaBR é uma iniciativa suprapartidária, e nós nunca favorecemos um ou outro posicionamento político em nosso processo de seleção. Pelo contrário, acreditamos que a pluralidade de ideias é importante, e por isso mesmo buscamos formar uma turma que contivesse visões de mundo variadas.
Boletim da Liberdade: Dos 100 bolsistas, vocês acreditam que quantos se elegerão em 2018?
Eduardo Mufarej: Não estamos estabelecendo esse tipo de meta, porque o objetivo do RenovaBR não é lançar candidatos. Queremos formar lideranças que sejam conhecedoras da realidade brasileira e capazes de analisar, interpretar, dialogar e buscar soluções efetivas para transformar essa realidade. Cabe a cada candidato a decisão de lançar candidatura ou não. Não somos um partido nem um movimento político. Somos uma escola de excelência na capacitação de novos líderes com potencial para promover a tão necessária renovação política do nosso país.
Boletim da Liberdade: Ao longo da eleição, haverá algum tipo de ajuda ou auxílio aos candidatos que foram bolsistas, como financiamento de campanha?
Eduardo Mufarej: Não. O curso e o recebimento de bolsas se encerram em julho, antes do lançamento de candidaturas e do período de campanhas. Depois disso, o RenovaBR encerra todas as atividades relacionadas às turmas de 2018. A ideia é que, ao final da formação, o participante esteja munido de todas as informações e do conhecimento necessários para, primeiro, decidir se será candidato e, tendo decidido que será, trilhar seu próprio caminho em busca de uma vaga no Legislativo.
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