O assassinato da vereadora do PSOL Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes é o tema mais repercutido na grande imprensa ao longo dos últimos dias. Neste domingo (18), o El País publicou uma matéria, assinada por Heloísa Mendonça e Flávia Marreiro, acusando o Movimento Brasil Livre de se aproveitar do assunto e “protagonizar uma ativa campanha difamatória” contra a militante de direitos humanos. [1]
Para as articulistas, as horas que se seguiram à tragédia foram marcadas pela ação de “uma fábrica de informações falsas e boatos que aludem, sem qualquer base factual, ao envolvimento da vereadora com bandidos”. O deputado da bancada da bala Alberto Fraga (DEM-DF) foi um dos citados, divulgando em seu Twitter uma suposta informação dando conta de que Marielle engravidou aos 16 anos, é ex-esposa do Marcinho VP, usuária de maconha, eleita pelo Comando Vermelho e exonerou recentemente seis funcionários. Ele excluiu a publicação depois de muita polêmica, alegando ser melhor aguardar a Polícia, mas a essa altura o que estava feito não podia ser revertido: o PSOL prometeu denunciá-lo ao Conselho de Ética. [2]
No caso do MBL, o problema apontado pela matéria é a publicidade dada às declarações da desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), Marília Castro Neves, que afirmou em rede social que a vereadora “estava engajada com bandidos” e “não era apenas uma lutadora”, tendo descumprido “‘compromissos’ assumidos com seus apoiadores”, que seriam do Comando Vermelho. Depois do alastramento do comentário, divulgado na Folha de S. Paulo, a desembargadora recuou e disse ter dado apenas sua opinião como “cidadã”, postando informações lidas “no texto de uma amiga”.
A acusação contra o MBL é ter publicado na sua página no Facebook uma matéria intitulada “Desembargadora quebra narrativa do PSOL e diz que Marielle se envolvia com bandidos e é ‘cadáver comum'”, acompanhada de uma chamada dizendo “Isso é complicado. Bem complicado…”. O post parece ter sido apagado, pois não pode mais ser localizado na página do movimento.
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A resposta de Ayan
O dono do site Ceticismo Político, Luciano Henrique Ayan, ligado ao MBL, comentou o caso e reagiu às críticas. Em texto intitulado “Jornal de extrema esquerda publica falsa acusação de notícia falsa sobre morte de Marielle e consegue afundar ainda mais no esgoto”, Ayan começou explicando que a publicação atribuída ao MBL foi replicada de seu site e não referenda as afirmações da desembargadora. [3]
“Heloísa disse que havia mentiras no post deste site e não conseguiu apontar nenhuma”, argumentou. “O post simplesmente lembra que a desembargadora apresentou uma narrativa que entra em conflito com a narrativa do PSOL – que também apelou a mentiras, como acusar a PM de ter matado Marielle, sem provas. Em nenhum momento o post disse que a ‘desembargadora provou suas afirmações’. Somente se tivéssemos escrito tal coisa, Heloísa teria um caso”.
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