O Instituto Mercado Popular publicou nesta terça-feira (20) um artigo que desafia expectativas e posições correntes nos meios liberais. Com o título “Mais armas mais crimes: por que mudamos de ideia. Veja os dados”, o IMP procura demonstrar que a liberação do porte de armas e, em consequência, a maior presença de armas na sociedade acaba estatisticamente provocando, sim, o aumento da criminalidade. [1]
O texto, assinado pelo pesquisador-chefe Carlos Góes, é apresentado como uma revisão de um artigo do mesmo autor publicado em 2015, em que a conclusão era oposta. Segundo Góes, “nos últimos três anos, contudo, foram publicados outros estudos, bem como estudos que levam em conta as conclusões de muitos outros estudos para chegar numa conclusão única”. De acordo com ele, “esses estudos e meta-análises, considerados em conjunto, apresentam evidências robustas sobre uma relação direta entre a quantidade de armas e o número de homicídios” e, “como o consenso científico mudou”, o IMP mudou de opinião. [2]
[wp_ad_camp_1]
O estudo publicado pelo instituto compila análises estatísticas divulgados entre 2012 e 2017, tendo quatro deles, “que em conjunto analisaram 242 estudos”, concluído que “existe uma associação positiva entre armas e homicídios”. Houve uma única exceção, que considerou 41 estudos e “não encontrou uma associação”. O IMP também menciona o economista Thomas Conti, que concluiu que 34 dentre os 41 estudos empíricos publicados sobre o tema nos últimos cinco anos concluem que há uma associação e 7 encontram “uma associação contrária”.
Especificamente quanto ao Brasil, Góes concluiu que é ainda mais claro que “quase a integralidade dos estudos indica uma associação positiva entre armas e homicídios”. Conclui Góes: “Quando muda o melhor conjunto de evidências empíricas sobre um assunto, mudamos nossa opinião: à luz da melhor evidência disponível hoje, concluímos que mais armas levam a mais crimes”.
[wp_ad_camp_3]