O analista político Luciano Ayan, dono do site Ceticismo Político, deu sua versão dos fatos em relação à reportagem do jornal O Globo publicada nesta sexta-feira (23) que o associou, conjuntamente com o MBL, à disseminação de notícias falsas.
Com base em dados supostamente colhidos por um núcleo ligado à Universidade Federal do Espírito Santo, O Globo afirmou que uma análise publicada em Ceticismo Político tornou-se “o primeiro lugar entre as publicações que abordaram o boato de ligação de Marielle Franco com o crime organizado”. Com o título de “Rastros de Ódio”, o jornal também relatou que o MBL ajudou a disseminar a publicação. [1]
A análise publicada pelo site Ceticismo Político, porém, não foi quem primeiro divulgou a informação. Tratou-se de uma repercussão de um comentário atribuído a uma desembargadora do Rio de Janeiro. “O que o texto do Ceticismo Político deixou subentendido (e com razão) é que havia narrativa completamente fantasiosa adotada por membros do PSOL e seus adeptos de que Marielle havia sido vítima de ‘crime político’. Para que essa narrativa fosse adotada como fato, ela não poderia ser contestada e todos deveriam acreditar na alegação (sem provas) de que o crime teve motivação política”, escreveu Ayan.
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Segundo ele, “a desembargadora quebrou essa narrativa ao dizer que Marielle era ‘cadáver comum'”, mas acabou apelando para “mesmo recurso de vários integrantes do PSOL: usar afirmações para as quais não tinha provas”. Ayan afirmou ainda: “Por isso, [a desembargadora] Marília está sendo covardemente perseguida até hoje, de forma desproporcional e cruel, quando no máximo poderia ser refutada.”
Respostas à indagação de ‘O Globo’
Para Luciano Ayan, em texto publicado ainda na noite desta quinta-feira (22) em seu site, o jornal O Globo interpretou erroneamente o título do artigo viralizado “Desembargadora quebra narrativa do PSOL e diz que Marielle se envolvia com bandidos e é ‘cadáver comum'”. “Todo jornalista que tenha feito faculdade de jornalismo sabe o significado do termo ‘narrativa’. Então não vai adiantar o jornalista fingir que ‘quebra de narrativa’ significava ‘comprovação de acusações’ que não vai colar”, opinou. [2]
Ao fim, Ayan explicou que Ceticismo Político não é atualizado por nenhum integrante do MBL e que o que une ambos os projetos são “interesses em defesa do liberalismo e na luta contra o totalistarismo”.
“O texto do Ceticismo Político pura e unicamente comentou conteúdo da [jornalista] Mônica Bergamo, sem julgar como factuais as afirmações da desembargadora Marília”, concluiu.
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