Além de João Amoêdo (NOVO), Henrique Meirelles (MDB) e Flávio Rocha (PRB), também estiveram presentes no painel “Encontro com Presidenciáveis” no 31º Fórum da Liberdade os pré-candidatos à presidência da república Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT). Confira, abaixo, os principais pontos defendidos por cada um deles.
Geraldo Alckmin (PSDB)
O ex-governador de São Paulo investiu em um discurso de enaltecimento das conquistas práticas de seu governo e discorreu sobre as mudanças que pretende implementar nacionalmente. “Se for eleito, farei uma agenda de reformas para que o Brasil tenha crescimento sustentado e não cíclico”, disse.
Geraldo Alckmin defendeu uma reforma política, estabelecendo o voto distrital misto, porque hoje, “para alguém se eleger, tem que estar grudado numa corporação”; a reforma tributária, com propósitos de simplificação dos impostos; uma reforma previdenciária, estabelecendo um regime geral; uma reforma do estado, voltando a um ciclo de privatizações e desvinculando as agências de rotatividades políticas; a segurança jurídica e o combate ao tráfico de drogas e armas, com emprego de esforços em uma agência nacional de inteligência e uma ação diplomática de integração com os países vizinhos.
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Alckmin ressaltou que São Paulo tem menos homicídios que Washington e Miami e que conseguiu R$ 5,3 bilhões de superávit primário no ano passado sem aumentar qualquer imposto, recebendo aplausos do público. Disse ainda que pretende investir em acordos comerciais e na inserção do Brasil no cenário internacional, com acordos entre o Mercosul e a União Europeia, e que “o futuro começa hoje e se chama juventude”.
Por fim, o tucano defendeu o legado dos governos Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, se disse contrário à legalização das drogas por não ter visto argumentos que o convencessem de que isso traria alguma contribuição e desconversou sobre o armamento civil, dizendo que a apreensão de armas de criminosos teve bom resultado em seu estado.
Ciro Gomes (PDT)
Ciro Gomes elogiou o convite do IEE apesar de considerar que seu pensamento fosse diferente da maioria dos presentes. Em seguida, elogiou os demais pré-candidatos presentes, garantindo ter “carinho” por eles. Em seu discurso, enfatizou a conjuntura econômica. “Não acharemos o caminho para deslindar o grave e complexo momento da pátria ouvindo em auditórios apenas o que queremos ouvir”, disse.
Gomes frisou que considera a iniciativa privada “indispensável”, mas disse que os “trabalhistas” – categoria política-ideológica pela qual se rotulou – desconfiam “que em um mundo de assimetrias tão graves” a iniciativa privada seja “capaz de dar conta de tudo”. Defendendo que há problemas estruturais que não dependem de indivíduos ou governos específicos que precisam ser resolvidos, o ex-ministro disse que “a divisão entre coxinhas e mortadelas é vil e não dá conta das complexidades do Brasil”. Essa polaridade, segundo ele, “tira a centralidade dos dramas populares”, ensejando “simplificações de frases feitas” que “arrogantemente propõem soluções a problemas mundialmente não resolvidos”.
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O pré-candidato do PDT também opinou que nenhuma nação se desenvolveu “por intermédio do laissez-faire, do espontaneísmo das forças econômicas e de trabalho, sem uma convergência mínima do estado empoderado e um empresariado convergente a um projeto de país”.
Ciro afirmou que o Brasil precisa “celebrar um grande diálogo”, do contrário a crise fiscal “vai implodir o próximo presidente”, seja quem for. Brincando com o apoio que João Amoêdo, pré-candidato do NOVO, teria entre os presentes, disse que se ele não se propuser a fazer alianças, haverá “vai ter ‘Fora, Amoêdo’ em uma semana”.
Marina Silva (Rede)
Quinta presidenciável a subir ao palco, Marina Silva não poupou referências religiosas em sua exposição. Agradecendo a Deus pelo fato de todos estarem ali reunidos, rotulou-se como “sonhadora”: “Não tenho experiência concreta e pragmatismo, sou uma sonhadora. O sonho é a maior matéria-prima concreta para mudar o mundo”. Para Marina, o que moveu a humanidade foram sempre as grandes ideias, como “igualdade, liberdade e fraternidade”: “se eu fosse pragmática, jamais sairia do lugar”. Por isso, ela afirmou que pretende investir no “ideal do sonho”, mas sabendo que “o novo não se cria do nada” e sim “a partir de outros elementos já existentes”.
A pré-candidata pela Rede repetiu diversas vezes o lema de seu partido para descrever o que imagina sobre o Brasil: “Queremos ser socialmente justos, economicamente prósperos, culturalmente diversos e ambientalmente sustentáveis”. Isso não será possível, ela enfatiza, mantendo apenas uma recuperação econômica cíclica, baseada nas commodities e na capacidade ociosa, em vez de em um “crescimento sustentável”.
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Em seu discurso, a ambientalista destacou sua origem humilde, que a permitiria entender os efeitos do desemprego, e atacou duramente o “Bolsa-Empresário”, que custa “5% do PIB”. Disse ainda que economistas como Eduardo Giannetti e André Lara Resende colaboram de alguma forma com sua plataforma, e que não se preocupa tanto com o modo por que vai governar, porque seu problema seria “ganhar”: “se ganhar, vou governar com os melhores, do PT, do PSDB, de todos os partidos”.
Ao fim, pediu união. “O Brasil não precisa de guerra. Já nos roubaram estatais, Caixa Econômica, BNDES, e querem agora roubar a nossa paz, nossa união, nosso respeito.” Marina disse também querer “chamar este país a sonhar, a se encontrar com o seu ideal”, e que é contra o foro privilegiado e a favor da punição de condenados em segunda instância.
+ Veja também o que falou João Amoêdo, do NOVO
+ Veja também o que falou Flávio Rocha, do PRB e apoiado pelo MBL
+ Veja também o que falou Henrique Meirelles, do MDB
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