O empresário João Doria, que deixou a Prefeitura de São Paulo em abril para concorrer, no segundo semestre, ao governo de São Paulo pelo PSDB, voltou a dosar argumentos ideológicos em seus discursos.
Em declaração dada na última terça-feira (1º) ao jornal O Estado de S. Paulo, o político comparou o seu partido ao do governador Marcio França (PSB), que era vice de Alckmin e que assumiu o governo após o tucano, assim como Doria, renunciar o mandato para concorrer nas eleições de outubro. [1]
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“As cores do PSDB são azul, amarelo e branco. Aqui não tem espaço para vermelho”, declarou Doria, em indireta ao Partido Socialista Brasileiro do qual França é filiado. Em entrevista à Rádio Jovem Pan em abril, insistentemente fingir confundir o nome de Márcio França com “Márcio Cuba”.
Encantamento e desencanto
No início de 2017, logo após assumir a Prefeitura de São Paulo, João Doria tornou-se centro das atenções e passou a ser flertado por muitos grupos liberais. Chegou a se fazer presente, inclusive, no talkshow “Teste do Sofá”, produzido pelo Movimento Brasil Livre com apresentação de Kim Kataguiri e Arthur do Val.
O “desencanto”, nas palavras de Renan Santos, um dos líderes do MBL, teria vindo ainda no primeiro semestre de 2017 com o que chamou de “declarações estabanadas”. Entre elas, os estranhos argumentos utilizados para defender impostos de plataformas de streaming, como o Netflix, e a postura que permitiu com que, durante uma viagem, fosse feita a nomeação de um viaduto com o nome de Marisa Letícia, ex-primeira dama, esposa falecida de Lula.
“Ele considera que com jogo de cena e discursos marqueteiros irá convencer todo mundo a apoiar suas incoerências”, comentou Santos em dura crítica em janeiro.
Em fevereiro, Fernando Holiday (DEM), vereador de São Paulo ligado ao MBL, também teceu duras críticas ao então prefeito. Em entrevista ao jornalista Lucas Bellinello, do jornal O Livre, Doria poderia ser resumido com apenas uma palavra: “vaidade”.
Holiday também foi um dos que mais criticaram a postura de Doria na regulamentação do Uber na capital paulista. Ao Boletim da Liberdade, o parlamentar comentou sobre a mudança de discurso do prefeito.
“Doria foi eleito com um determinado discurso, que era claramente mais liberal em todas as áreas, e até quando se referia aos aplicativos dava a entender de forma muito clara que respeitaria essa liberdade tanto dos motoristas quanto dos consumidores desse serviços. E, agora, eleito, segue no caminho contrário”, denunciou, complementando ainda que o tucano, com o poder nas mãos, estava “pregando o autoritarismo e o intervencionismo” com as regras que queria impor ao Uber.
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