A jurista Janaina Paschoal, uma das coautoras do pedido de impeachment que cassou o mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), manifestou-se no último sábado (12) no Twitter sobre seus próximos passos políticos. Também professora da USP, Paschoal defendeu as candidaturas avulsas.
“Esses últimos dias foram muito importantes para eu compreender um pouco como isso tudo funciona. Sem desmerecer os partidos, depois desse curso intensivo, eu sou ainda mais favorável às candidaturas avulsas. As pessoas se voluntariam, livremente, e o povo decide”, disse Janaina. [1]
Ela se referia às investidas que sofreu de vários partidos políticos que lhe procuraram pouco antes de encerrar o prazo-limite de filiação para aqueles que desejam concorrer esse ano. A advogada afirmou que chegou a ser convidada para concorrer até à presidência da República, mas que o maior estímulo sempre era que concorresse a uma cadeira de deputada federal.
“Eu, por exemplo, não sabia que o número de deputados federais é o que define o montante que o partido recebe como fundo partidário. Também não sabia que esse número é diretamente proporcional ao tempo de televisão”, confessou. [2]
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Ainda sobre as filiações avulsas, Paschoal comentou que “seria um avanço, em termos de democracia, o STF autorizar”. “Não estou desmerecendo os partidos, aliás, agradeço publicamente todos os convites, mas acredito que a democracia passa por concorrer desvinculado”, escreveu, em provável referência à ação do advogado Rodrigo Mezzomo, que aguarda julgamento de repercussão geral no Supremo.
12) Entendo que seria um avanço, em termos de Democracia, o STF autorizar essas candidaturas avulsas. Não estou desmerecendo os partidos, aliás, agradeço publicamente todos os convites, mas acredito que a Democracia passa por concorrer desvinculado.
— Janaina Paschoal (@JanainaDoBrasil) 12 de maio de 2018
Partido escolhido
Ainda no Twitter, Janaina Paschoal, porém, anunciou que acabou decidindo se filiar ao PSL, partido do pré-candidato à presidência Jair Bolsonaro. “Muitas pessoas já ligadas à sigla me recomendaram. Com exceção de um ou outro ponto, o estatuto do partido confere com o que eu penso”, escreveu. [3]
Ela esclareceu também que não se filiou pensando em se candidatar a um determinado cargo. “Me filiei com o intuito de ter a possibilidade”, explicou, revelando em seguida que ficou balançada pelo fato de ter sido cogitada a concorrer ao governo do Estado de São Paulo, mas que não iria se aventurar. Disse ser provável não concorrer a outro cargo. “Tenho até agosto para decidir, mas penso que posso ajudar meu país mesmo fora da política”, concluiu. [4]
Especulações
Circula na imprensa que Janaína Paschoal seria um nome forte e “não descartado” para completar, como vice-presidente, a chapa de Jair Bolsonaro. Ele é líder nas pesquisas de intenção de voto no primeiro turno e Janaina reuniria duas vantagens: notório saber jurídico e ser uma mulher, o que reduziria o impacto de algumas acusações contra o presidenciável. [5]
Uma fonte ouvida pelo Boletim da Liberdade, que tem contato direto com uma interlocutora de Janaina, afirmou que a advogada se agrada com a possibilidade da vice-presidência. Outros cargos políticos pelos quais a professora teria interesse, uma vez Bolsonaro eleito presidente, seria assumir o Ministério da Educação ou da Defesa.
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