O pré-candidato do PDT à presidência, Ciro Gomes, e o vereador egresso do Movimento Brasil Livre, Fernando Holiday (DEM-SP), entraram em rota de colisão nesta segunda-feira (18). O motivo foram declarações do presidenciável na sabatina realizada pela Jovem Pan.
Questionado sobre uma possível aliança com o DEM, Ciro Gomes se referiu a Holiday como “capitãozinho do mato”, porque “a pior coisa que tem é um negro que é usado pelo preconceito para estigmatizar, que era o capitão do mato do passado”. O vereador não perdeu tempo e prontamente respondeu através de nota oficial: “A gravidade do ato foge da esfera política. Não é divergência ideológica, mas injúria racial pura e simples. Nossa conversa será na justiça”. [1]
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Manifestações de solidariedade e repúdio
Da mesma forma, o movimento suprapartidário Livres se manifestou em solidariedade a Holiday, repudiando o “racismo explícito de Ciro Gomes”. Para eles, a declaração do presidenciável é “repugnante, racista e incompatível com os valores democráticos de quem preza pelas liberdades individuais”, porque “consiste em tentar restringir a esfera de legitimidade do pensamento em função da cor da pele, como se houvesse um único jeito certo de pensar para quem é negro”. [1]
O Livres pontuou ainda que, em um país que teve sua história marcada pela escravidão, é “absolutamente lamentável que um pré-candidato à presidência manifeste uma visão tão ofensiva às liberdades individuais” e “é um dever moral de todos que defendem a liberdade e o combate ao racismo manifestar profunda solidariedade ao vereador e repúdio à declaração do pré-candidato”.
O Students For Liberty Brasil também falou sobre o caso. A organização mencionou o exemplo do liberal republicano Luís Gama, que era de origem mestiça e foi apelidado de “bode” por sua luta contra a escravidão. Segundo eles, Gama “ensinou ao Brasil que a quantidade de melanina não deve ser um fator determinante na vida de um indivíduo, determinando como ele deve pensar, agir ou falar”. [2]
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