O Comando Militar do Sudeste prestou nesta quinta-feira (5) uma homenagem ao soldado Mário Kozel Filho, morto em um ataque da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VPR), grupo que participou da luta armada contra o regime militar. A ex-presidente Dilma Rousseff estava entre os integrantes da organização. [1] [2]
Mário Kozel tinha 18 anos quando, em 26 de junho de 1968, iniciado há seis meses no serviço militar, estava no Quartel General do II Exército, em Ibirapuera, São Paulo, quando um grupo de onze militantes da VPR lançou um carro-bomba sem motorista contra o local. O corpo de Kozel se despedaçou imediatamente e outros seis militares saíram feridos.
O evento de homenagem foi presidido pelo Comandante do Exército, o general Villas Bôas, e contou com a participação da irmã de Mário, Suzana Kozel; de autoridades civis e militares, tropas da Marinha e da Força Aérea, bem como da Polícia Militar de São Paulo. “Este é um encontro de soldados. Um encontro para reverenciar uma vida interrompida, em circunstância brutal, na fase mais rica da sua juventude”, diz um texto de convocação no site oficial do Exército.
A solenidade incluiu uma salva de tiros e um toque de silêncio, enquanto um helicóptero do Comando de Aviação do Exército sobrevoou o local da cerimônia jogando pétalas de rosas; a entrega da moeda a personalidades civis e militares com relevantes serviços prestados ao Comando Militar, e um desfile da tropa de formandos em continência ao Comandante do Exército e em homenagem a Mário Kozel.
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Não à divisão dos brasileiros
Em seu texto de convocação, o Exército fez uma analogia entre as circunstâncias do país e do mundo na época de Mário Kozel e a atualidade. Para o Exército, a morte de Kozel foi “consequência do ambiente da guerra fria que se refletia no mundo” e era um “período de entusiasmos artificializados, de intolerâncias incitadas e de paixões extremadas que faziam os brasileiros míopes para a realidade civilizada” e “um tempo que nos dividiu”.
Agora seria um momento para “prudência nos ânimos” e “união dos esforços”. Nesse sentido, o Exército considera que a atualidade “clama pela interrupção dos fracionamentos induzidos pelas políticas identitárias trazidas no bojo das ideologias contemporâneas”, fazendo necessário “que as instituições cumpram os papéis que lhes são destinados” e impondo “a submissão das querelas pessoais e institucionais aos interesses da nação, de forma a colocar o Brasil acima de tudo’.
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