O jovem Eric Balbinus de Abreu, integrante do Movimento Brasil Livre, já deu as caras em várias transmissões ao vivo na página do grupo. Onde ele não dá mais as caras é em seu perfil original no Facebook. Eric foi forçado a criar um novo após ter sua conta excluída pela empresa, junto com a leva de 196 páginas e 87 perfis que foram eliminados por terem supostamente montado uma rede coordenada para manipular o debate público.
Violência política? Atentado contra as eleições no Brasil? Tirania? Eric aceitou contar sua experiência ao Boletim e falar sobre suas impressões acerca dos acontecimentos. Confira:
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Boletim da Liberdade: Na sua opinião, o que justificou a iniciativa do Facebook de excluir as 196 páginas e 87 contas? Você acredita que algumas das páginas afetadas mereceram a aplicação da medida?
Eric: Bom, como o Facebook não divulgou nenhuma lista de páginas e perfis excluídos, não dá para saber quem foram os afetados além daqueles que se manifestaram (Nota: a entrevista foi concedida antes da divulgação da lista de páginas). Quem, além de perfis pessoais de coordenadores do MBL (ao menos cinco tiveram os perfis deletados) e de contas de unidades regionais (como Rio de Janeiro e São José dos Campos). Tudo leva a crer que houve um cruzamento de IPs, além da própria verificação de quem estava como editor em páginas distintas. Soube que, além de nós, os irmãos Chiocca e o Fábio Hoffmann. A empresa poderia ter divulgado uma lista com a justificativa nominal indicando a razão da suspensão dos perfis. O que houve aqui foi um crime de perseguição política, já que a empresa se recusou até a acatar o pedido do MPF de Goiás pedindo transparência no caso.
Boletim da Liberdade: Como você ficou sabendo que seu perfil tinha sido apagado? Qual foi a sua reação imediata? É verdade que pessoas que não tinham nada a ver, nem com o MBL, nem com o ativismo político, como parentes ou amigos de membros do grupo, também foram afetadas?
Eric: Fiquei sabendo da exclusão do perfil por volta das 08h40, quando cheguei no gabinete do Fernando Holiday. Um colega veio comentar o caso perguntando se meu perfil estava no ar. Ao constatar o fato, procurei saber das justificativas – não havia nada. Fiquei em choque, já que a conta guardava informações pessoais, fotos, textos e momentos que tive com diversas pessoas ao longo dos últimos sete anos. Era ali o único canal com amigos de escola, faculdade e outros tantos que conheci durante a vida. Fiquei perplexo. O Facebook sequer nos deu a oportunidade de defesa. Vi que se tratava de uma violência política quando soubemos que até familiares da coordenadora Francine Galbier tiveram perfis delatados (os pais e o irmão adolescente).
Boletim da Liberdade: Algumas lideranças, inclusive ligadas ao MBL, têm alegado que há na atitude do Facebook uma intervenção internacional nas eleições do país, que poderia contar com a conivência do TSE. Você concorda com essa afirmação?
Eric: Com certeza estamos diante de uma tentativa de interferência nas eleições. Isso se prova por fatos como as atas secretas da reunião entre membros do TSE com agências censoras e representantes do Facebook. Há também a fala pornográfica do ministro Luiz Fux ameaçando anular o resultado das urnas se houver a suspeita de que notícias falsas influenciaram o pleito. Se este senhor fosse convidado a provar qual lei prevê esta ação ou como o fato seria apurado, certamente não saberia responder. Tudo isso não passa de desculpas de grupos ligados à extrema esquerda que aspiram a golpear a democracia.
Boletim da Liberdade: Que medidas pretende adotar pessoalmente? Você tem a intenção de reaver seu perfil apagado? Quanto ao MBL como grupo, que atitudes pretende tomar diante desse fato e em que frentes pretende atuar para responder a ele?
Eric: Já acionei um advogado que está reunindo a documentação necessária para acionar o Facebook na Justiça. Não tenho esperanças de reaver o perfil por conta das características da rede social, que jamais cooperou com a Justiça brasileira mesmo em casos onde houve decisão da Justiça para o restabelecimento de páginas ou mesmo quando as autoridades exigem cooperação por conta de crimes cibernéticos. Ora, o que quero é apenas reparação pelos danos que sofri – inclusive os danos morais por ser associado pela empresa a uma suposta rede coordenada que trabalhava para desinformar a sociedade.
Tive que me explicar para familiares, amigos e seguidores sobre as acusações a mim imputadas, que mais tarde foram suavizadas pela própria rede social com a justificativa de que o motivo não eram as supostas fake news – mas sim a formação de uma rede. É óbvio que havia uma rede disposta a influenciar o debate público, isso é próprio da democracia. O que não é admitido pela democracia é que grandes corporações vedem o debate público por meio de quebra de contrato e difamação moral. Por isso o MBL está se organizando para enfrentar os censores em várias frentes – desde a migração para outros canais até a mobilização de parlamentares e ações na Justiça contra o Facebook.
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