A economista Elena Landau, uma das expoentes das reformas econômicas liberalizantes ocorridas no governo FHC, assumiu em 2018 o comando do movimento Livres. Depois de presidir o conselho acadêmico da instituição, que se vinculou no final de 2017 quando deixou o PSDB, Landau recebeu a missão de dar prosseguimento à estruturação da nova fase do projeto, iniciada por Paulo Gontijo, desta vez como entidade suprapartidária após deixar o PSL.
“A missão da minha gestão foi dar sustentação prática, criar viabilidade real, estruturar a governança, captar recursos e resolver gargalos da gestão para atender aos associados”, diz Landau, em entrevista exclusiva ao Boletim da Liberdade.
Entusiasmada com os resultados obtidos ao longo do ano pelo Livres – entre eles, a eleição de um senador, dois deputados federais e até de um prefeito em eleição suplementar -, a economista comentou também outros assuntos, como os projetos que o Livres pretende desenvolver com os eleitos, além de temas como progressismo, críticas feitas movimento, apoio às reformas de Bolsonaro e combate à corrupção. Confira:
Boletim da Liberdade: Como você avalia o resultado do Livres nas eleições?
Elena Landau: Fomos muito bem! Montamos uma bancada da liberdade que vai fazer um trabalho muito importante a partir do ano que vem em defesa da liberdade por inteiro e para todos, com conteúdo e convicção social. Foram oito eleitos e merece destaque a nossa bancada federal, com um senador e dois deputados federais.
No Senado teremos o Rodrigo Cunha, que chega representando a renovação tendo obtido mais votos que o Renan Calheiros, um velho cacique corporativista que todos conhecem muito bem. Na Câmara serão dois jovens muito bem preparados. O Marcelo Calero é um símbolo nacional de integridade e vai construir uma atuação muito conectada com o futuro, liderando uma frente parlamentar pelo governo digital. O Tiago Mitraud traz uma bagagem muito grande na construção de movimentos em defesa do empreendedorismo como ex-presidente da Brasil Júnior, a associação brasileira de empresas juniores, e também no terceiro setor, pela experiência como diretor executivo na Fundação Estudar.
A bancada nos estados também não fica atrás em qualidade. Daniel José, de São Paulo, tem uma história que representa muito o que acreditamos no Livres, a superação através da oportunidade. Guilherme da Cunha, de Minas, tem a pegada da fiscalização intensa no uso do dinheiro público, que é essencial. Davi Maia, de Alagoas, traz uma preocupação com a sustentabilidade ambiental alinhada ao liberalismo, sem aquela visão do mercado malvadão, com uma grande bandeira pela privatização da estatal de saneamento, que é extremamente ineficiente.
Giuseppe Riesgo, no Rio Grande do Sul, é o nosso caçula, um liberal que eu gosto de dizer que vem desde as categorias de base, formado no Students For Liberty, organização que nós vemos como uma grande parceira do Livres. E pra coroar esse resultado também tivemos a eleição do Fabio Ostermann, que é uma premiação da trajetória de coerência que ele construiu. Ele sempre foi um dos principais rostos do Livres, é nosso co-fundador e simboliza a integridade na defesa da liberdade por inteiro.
Ficamos muito felizes com esse desempenho. Os novos eleitos vem se somar agora aos nossos 4 vereadores associados. Dois já vinham conosco desde o PSL e saíram do partido junto conosco, o Lucas de Brito, em João Pessoa, e o Emerson Jarude, em Rio Branco. E dois se associaram mais recentemente, o Gabriel Azevedo, de Belo Horizonte, e o Caio Cunha, de Mogi das Cruzes. Além do nosso prefeito Vinicius Claussen, de Teresópolis.
Boletim da Liberdade: Como o Livres pretende se articular com os políticos eleitos? Deve existir algum tipo de agenda em comum para com eles?
Elena Landau: Criamos um Fórum de Mandatários para promover a troca de experiências e estamos organizando o Primeiro Encontro de Mandatários Livres, que vai acontecer em dezembro, quando vamos alinhar uma agenda comum de prioridades para 2019. O Livres vai acompanhar os mandatos e apoiar em tudo que for possível, especialmente através do corpo técnico que agregamos junto com o nosso conselho acadêmico.
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Boletim da Liberdade: Durante o segundo turno, parte considerável do movimento liberal votou em Jair Bolsonaro, mas não houve consenso. O Livres, desde o início, marcou neutralidade. Bolsonaro estava no mesmo nível que o PT para as ideias da liberdade?
Elena Landau: Todos os votos tem que ser respeitados, eu odeio essa história de polícia do voto alheio. Mas um apoio político é algo de outra dimensão. E aí a questão não é estar no mesmo nível do PT ou não. Essa seria uma régua muito baixa. Veja só, não me entenda mal. É claro que é muito difícil ter uma concordância de 100% com qualquer pessoa, a política não se faz exigindo esse grau de pureza, é preciso dialogar sempre, sem fechamento. Eu mesma tive uma posição pessoal pragmática, de apoio ao que me parecia a melhor opção, mas sem uma adesão total.
A questão central é estar dentro do nível do minimamente aceitável. E no segundo turno, infelizmente, não tivemos nenhuma opção dentro do mínimo aceitável. A adesão de Bolsonaro a um discurso liberal na economia é uma coisa muito recente e muito limitada, que nunca passou no teste da realidade. Ao longo da sua carreira, ele sempre se posicionou de maneira antiliberal e corporativista, como um sindicalista de militares.
Votou contra o Plano Real, contra as privatizações, a favor dos privilégios do funcionalismo, e pior, defendeu a ditadura militar, tem um torturador como ídolo e atacou os direitos humanos. Ele nunca passou no teste da realidade. Diante desse histórico de votações e de todas as barbaridades que ele já falou, nós como liberais por inteiro nunca poderíamos chancelar o que ele representa. Não basta um discurso liberal na economia. Essa é a marca do Livres. Liberdade integral.
Boletim da Liberdade: Alguns grupos e organizações liberais frequentemente criticam o Livres por terem posicionamentos, segundo eles, de esquerda. Como você enxerga essas críticas? Ao fim, o projeto do Livres é mesmo ser o representante dos liberais mais progressistas?
Elena Landau: Não temos nada de esquerda no Livres. Acho até engraçado isso. Eu passei minha vida sendo xingada pela esquerda de neoliberal, privatista, entreguista. Quando privatização era um palavrão, eu tava lá privatizando tudo que podia. Agora a direita quer me xingar também. Acho engraçado, mas também acho triste essa mania de ficar rotulando toda discordância. É um comportamento que é típico da esquerda que eu sempre combati.
Infelizmente, muitos setores da direita estão simplesmente incorporando as práticas da esquerda, só que com sinal trocado. O Livres não é nem de esquerda, nem de direita. Nós somos o centro liberal. O Livres parte de uma compreensão ampla de liberalismo, como defendia José Guilherme Merquior. Nós não acreditamos numa cartilha fechada, uma igreja que todo mundo tem que seguir e pensar igual, nós acreditamos em princípios. A partir de um mesmo corpo de princípios, existem muitos liberalismos e essa diversidade é muito rica, faz muito bem para o Liberalismo como um todo, e para o Livres em particular.
Se você entender progressista como a vontade de impor uma agenda específica de costumes, nós não somos isso. Essa coisa de lugar de fala, artista que não pode fazer papel porque não é negra o bastante, isso tudo é uma baboseira, não faz sentido nenhum. Mas eu não acho isso progressista, acho isso careta. Eu entendo progressista como uma anarquia de estilos de vida. Que cada um seja livre pra ser quem quiser ser, amar como quiser amar, vestir como quiser vestir. Se você é conservador na sua vida privada, se quer casar virgem ou se não gosta de carnaval, ninguém tem nada a ver com isso. Que se viva e se deixe viver, sem ficar inventando regra pra vida dos outros. Isso não tem nada a ver com ser de esquerda, isso é a essência do liberalismo, a liberdade individual.
Se você entender progressista como a vontade de impor uma agenda específica de costumes, nós não somos isso. Essa coisa de lugar de fala, artista que não pode fazer papel porque não é negra o bastante, isso tudo é uma baboseira, não faz sentido nenhum. Mas eu não acho isso progressista, acho isso careta. Eu entendo progressista como uma anarquia de estilos de vida.
O que eu acho é que tem muitos setores que se dizem liberais que têm dificuldade de lidar com isso, que são muito conservadores nos costumes e que querem impor esse conservadorismo aos outros. E esses setores percebem qualquer movimento de inclusão social e diversidade como pauta de esquerda. O Livres veio para confundir, como dizia o Velho Guerreiro, ao sair dos extremos direita e esquerda que vem dominando o debate político. Esse amor à diversidade é a base do liberalismo.
Não basta privatizar pra ser liberal, entendeu? O livre-mercado é uma consequência da liberdade individual. A liberdade individual pode ser regulada pelo Estado? Pode, porque existem as externalidades, as ações que causam dano aos outros, tem muito debate liberal e legítimo por aí. Mas não se fatia a liberdade individual, ela existe por inteiro. O Livres quer ser representante de todos os liberais que acreditam nessa base fundamental.
Boletim da Liberdade: Ministro da economia já anunciado por Bolsonaro, Paulo Guedes promete uma agenda de privatizações, reforma da previdência com a instauração de um modelo paralelo de regime de capitalização, bem como ampla reforma tributária. Como você e o Livres enxergam as políticas já especuladas por Guedes e a disposição de um governo Bolsonaro de trazer mais liberdade para a economia?
Elena Landau: Nossa posição é sempre guiada pelos nossos valores. O que trouxer mais liberdade vai ter nosso apoio, o que tirar liberdade vai ter nossa crítica. Com responsabilidade, sem populismo. Todo mundo sabe que o Brasil precisa de reformas estruturais, não é de hoje. A gente perdeu muito tempo com o desastre que foi o tempo do PT. Agora, é muito cedo pra ter opiniões mais contundentes sobre as políticas do Paulo Guedes, porque ninguém sabe muito bem quais são.
Em política pública, o diabo mora nos detalhes. E ele ainda não deu detalhe nenhum. Como vai ser a transição da previdência, alguém sabe? Por melhor que seja a intenção, a conta tem que parar de pé. Veja o caso das privatizações. Eu fiz privatização, sei como funciona. É lento, depende do Congresso, a justiça se intromete, tem pressão de sindicato, corporações. Essa conta de arrecadar um trilhão é ilusionista, não existe. Agora é a hora de sair da sinalização vaga e ter proposta concreta.
Nossa posição é sempre guiada pelos nossos valores. O que trouxer mais liberdade vai ter nosso apoio, o que tirar liberdade vai ter nossa crítica. Com responsabilidade, sem populismo.
A situação fiscal é muito séria, não permite mais improvisação. Tem que ter conta bem feita e tem que ter um norte claro, que parece que Bolsonaro não tem. Até que ponto Bolsonaro realmente vai bancar a agenda? Ninguém sabe responder. De toda forma, vai ser muito importante o trabalho da equipe que ele está montando, tem muita gente boa, o Mansueto é craque. Vamos torcer e vamos fazer nosso papel, de acompanhar, fiscalizar e propor. Nosso papel é muito importante porque a agenda liberal foi demonizada por muito tempo no Brasil e não podemos deixar que isso volte a acontecer. As ideias erradas que surgirem no governo não podem cair na conta do liberalismo.
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Boletim da Liberdade: Com o anúncio de que o juiz Sergio Moro aceitou assumir o Ministério da Justiça, cresceu a expectativa de que deve existir uma agenda mais forte no combate à corrupção e também à lavagem de dinheiro. Várias organizações sociais, algumas de viés mais liberal, se inserem claramente nessa temática. Como o Livres se posiciona nesse assunto? Há ideias ou caminhos que considerem mais adequados para enfrentar esse problema?
Elena Landau: Essa é uma agenda muito importante, que a sociedade demanda e acompanha de perto. O que a [Operação] Lava Jato deixou mais claro do que nunca é que existe no Brasil uma relação muito promíscua entre o Estado e o setor privado, e que essas relações interferem na construção de políticas públicas, especialmente no sentido do intervencionismo. Essa coisa de escolher setores para privilegiar não acaba bem, nem nas páginas de economia, nem nas páginas policiais.
Então aí tem uma agenda muito importante de aperfeiçoamento dos órgãos de controle, de eficiência da justiça, de rapidez no processo, mas também tem uma agenda fundamental de diminuir o espaço para a corrupção dentro do Estado. Isso passa por aumentar a transparência.
Veja uma medida muito simples do Vinícius Claussen, nosso prefeito em Teresópolis: toda licitação agora é transmitida ao vivo pelo YouTube. Uma medida simples e barata, aumenta a transparência, diminui o espaço para a corrupção. A burocracia do Estado favorece a corrupção e a ineficiência. Pense na lentidão cartorial. O Livres demorou uns seis meses pra conseguir se registrar como associação civil sem fins lucrativos. O que é isso? Excesso de regulação.
Muitas vezes isso chega no empreendedor na forma de um fiscal impondo multas sobre detalhes incompreensíveis da regulação. Isso tudo favorece a corrupção. Tem que simplificar isso tudo. Outra coisa que a gente precisa avançar é na ideia de que nem tudo que é público precisa ser estatal. Saúde e educação pública, por exemplo, precisamos avançar muito, mas diminuindo a esfera de ação do Estado.
O Estado não tem vocação de empresário, nem de administrador. Em resumo, então, a agenda anticorrupção precisa ter duas vertentes: uma é de aperfeiçoar o combate e a punição pra quem cometeu crime; a outra é preventiva, de diminuir as oportunidades para o crime.
Boletim da Liberdade: Os liberais mais progressistas costumam ser céticos quanto à utilidade de maior facilitação do acesso a armas de fogo por parte do cidadão. Como o Livres deve se posicionar frente ao projeto que vai flexibilizar o Estatuto do Desarmamento, endossado pelo presidente eleito, facilitando a posse e, talvez, o porte de arma de fogo?
Elena Landau: Veja bem, não é que os liberais progressistas sejam céticos. Os dados é que apontam isso. Empiricamente, mais armas em circulação possuem correlação com o aumento da criminalidade. Vários estudos apontam isso. E todo mundo pode ter a sua própria opinião, mas não pode ter os seus próprios fatos. Isso tem que ser bem colocado.
Eu sei que o assunto é muito polêmico. Aborto, propriedade intelectual e armas são a tríade da polêmica liberal. Acho que existem dois debates sobre armas. Uma coisa é que o indivíduo tem que ter direito a sua autodefesa, especialmente diante da falência do Estado na segurança. Isso quer dizer que se eu me defendo de um bandido, eu não posso ser tratada como criminosa. Isso é um ponto pacífico, inclusive é um dos princípios do Livres. Mas isso não é uma política pública de segurança. Outra coisa é como deve ser a questão da posse e do porte de armas.
Empiricamente, mais armas em circulação possuem correlação com o aumento da criminalidade. Vários estudos apontam isso. E todo mundo pode ter a sua própria opinião, mas não pode ter os seus próprios fatos. Isso tem que ser bem colocado.
A maioria dos liberais defende que o Estado tem que fazer alguma regulação das armas. O contrário disso seria imaginar que todo mundo tem direito a ter tanques de guerra ou armas nucleares. Isso não faz sentido, então alguma regulação é ponto majoritário. Ou seja, o debate real é sobre qual deve ser o tamanho dessa regulação. Minha posição pessoal é que o ideal é termos menos armas em circulação. Não acho que o Livres precise ter uma opinião única sobre esse assunto, como também não precisamos todos concordar sobre o aborto.
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Boletim da Liberdade: A gestão anterior do Livres, sob comando de Paulo Gontijo, iniciou o processo de consolidação da organização como movimento suprapartidário. Passado quase um ano desde a desvinculação do PSL, como você avalia os resultados dessa nova fase?
Elena Landau: Ainda não completamos um ano desde a saída do PSL, mas a sensação é que se passaram vários, porque aconteceu coisa demais. O trabalho do Paulo foi fundamental: ele conduziu a nossa saída do PSL de forma muito equilibrada, ouvindo as bases, construindo convergência e articulando o que é o Livres agora.
Entendemos que a conjuntura política não comporta um projeto partidário para o Livres. As barreiras para novos partidos são grandes. O sistema é desenhado para a manutenção dos grandes e tradicionais partidos; fundo partidário, tempo de TV só fortalecem os partidos tradicionais. Estou curiosa para ver como o sistema partidário se organizará daqui para frente. Temos efeitos da cláusula de barreira e a mensagem dos eleitores que pedem por algum projeto diferente e por uma relação mais pessoal, usando as redes sociais. Como será em 4 anos?
Acho que podemos influenciar diretamente a política brasileira, inclusive mantendo relacionamento com alguns partidos, mas o colapso do sistema político faz com que isso seja mais eficiente sob um outro formato que não o partidário. Somos uma associação civil. Nossa missão é construir bancadas da liberdade. Em todas as esferas. No congresso, nas assembleias, nas câmaras de vereadores, mas também na sociedade civil.
Queremos uma bancada da liberdade na OAB, na associação dos médicos, nas universidades, mas também nas favelas, em associações de moradores, conselhos comunitários. Vamos fazer um trabalho que os partidos brasileiros não conseguem fazer, que é articular setores diversos da sociedade, de bases sociais a intelectuais e especialistas, para construir não só uma agenda conectada com a realidade brasileira – que é muito complexa, porque somos um país muito grande e muito desigual -, mas também para construir alternativas liberais na prática.
A missão da minha gestão foi pegar todo esse conceito e dar sustentação prática, criar viabilidade real, estruturar a governança, captar recursos, resolver gargalos da gestão para atender aos associados. Acho fantástica a energia desse movimento liberal jovem que surgiu com a internet e que deu origem ao Livres, mas faltava um pouco dar um corpo mais profissional para esse espírito que é amador no melhor sentido da palavra, de movido por amor.
Estou podendo contribuir nesse sentido com a minha experiência e acho que temos uma equipe fantástica, que consegue realizar muito diante das adversidades. Esse trabalho de estruturação que viemos fazendo em paralelo ao processo eleitoral foi um pouco mais silencioso, mas é fundamental. Os frutos vão começar a aparecer agora, com muito mais ações, para além do excelente resultado que tivemos nas urnas. Posso dizer que estou próxima de concluir os trabalhos dessa etapa e pretendo entregar a gestão do Livres com sustentabilidade garantida para os nossos próximos passos.
Acho fantástica a energia desse movimento liberal jovem que surgiu com a internet e que deu origem ao Livres, mas faltava um pouco dar um corpo mais profissional para esse espírito que é amador no melhor sentido da palavra, de movido por amor.
Boletim da Liberdade: Obrigado pela entrevista. Por fim, o que podemos esperar do Livres para os próximos anos, passada a tensão das eleições de 2018?
Elena Landau: Podem esperar a consolidação de bancadas da liberdade nas casas parlamentares e nos diferentes espaços da sociedade. Vamos dar condições para facilitar que os nossos associados possam ocupar espaços defendendo a liberdade por inteiro, cada um em sua área.
O Brasil sempre sofreu com o vírus do corporativismo, com muitos grupos de pressão correndo atrás de benefícios setoriais, querendo que o Estado pague suas contas e esquecendo que o Estado vive às custas de todos nós. Nós queremos ocupar espaços para implantar os anticorpos de defesa da liberdade por todas as esferas. E vamos fazer isso tudo sem descuidar da questão social, porque não existe liberdade para todos sem perseguir a igualdade de oportunidades. Esse trabalho constante vai ser fundamental para ampliar as bases liberais e aumentar nosso resultado eleitoral em 2020.
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