A mudança do quadro político na América Latina, com a eleição de governos antibolivarianos, especialmente no Brasil, parece ter chamado a atenção dos russos. Nesta segunda-feira (11), a Rússia de Vladimir Putin enviou aviões de guerra para exercícios militares da Venezuela de Nicolás Maduro. [1]
As aeronaves são dois bombardeios Tu-160, capazes de transportar armas nucleares, um avião de transporte An-124 e um avião de passageiros Il-62, tendo sido algumas utilizadas em operações no conflito sírio. Segundo o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, os exercícios militares se destinam a preparar o país para se proteger de um eventual ataque.
A parceria russa é um recado claro de simpatia com a posição antiamericana dos venezuelanos, o que, neste momento, também é um movimento avesso à orientação do futuro governo brasileiro de Jair Bolsonaro, crítico contundente da ditadura venezuelana. Os venezuelanos ainda esperam uma visita de uma delegação russa para aperfeiçoamento de seu sistema de armas e Padrino garantiu que Venezuela e Rússia são “construtores de paz, não de guerra”.
Os Estados Unidos se manifestaram através do coronel Robert Manning, do Departamento de Defesa, que comparou: “no meio da tragédia, a Rússia envia bombardeiros à Venezuela e nós mandamos um navio-hospital”. O posicionamento dos países revela uma inserção da América Latina no contexto da rivalidade entre russos e americanos, o que não tinha tanto realce desde o período da Guerra Fria.