O jornalista Reinaldo Azevedo tem sido crítico ao presidente eleito Jair Bolsonaro. Na última sexta-feira (21), porém, ele contrariou o que seria esperado e disse que, em vez de o economista Paulo Guedes ser uma referência positiva para qualificar o governo de Bolsonaro, o presidente é quem terá que controlar seu futuro superministro. [1]
O comentário se deve às declarações de Guedes na Federação das Indústrias do Rio na última segunda-feira (17) prometendo “meter a faca no sistema S” e dizendo, referindo-se ao presidente da entidade, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, que, havendo “interlocutores inteligentes, preparados, que queiram construir”, como ele, o governo cortaria 30% do sistema S, mas não havendo, cortaria 50%, o que para ele é uma “ameaça”.
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Na avaliação de Azevedo, o sistema S não pode ser comparado, por exemplo, com as centrais sindicais, porque oferece com sucesso serviços no campo educacional e cultural. “O Sistema S é um exemplo de gestão privada eficiente de recursos que, na origem, são, sim, públicos. Transformam-se em escolas eficientes, em teatros, em centros poliesportivos. (…) Onde estão os alunos, os esportistas e os artistas das centrais sindicais?”, perguntou.
Para o jornalista, o corte de recursos precisaria vir acompanhado de estudos mais aprofundados, pois um corte de 30% representaria o fim de mais de 1 milhão de vagas em cursos profissionalizantes do Senai, com o fechamento de 162 escolas. “Ou o presidente vira o conselheiro do ministro, impondo-lhe a prudência, ou a nau afunda”, disse Azevedo, afirmando que os fatos não se ajustam ao “manual do perfeito idiota liberal latino-americano”. Guedes precisaria ser modernizado por Bolsonaro, segundo Azevedo, porque estaria ainda “no Chile de Pinochet”.
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