Prestes a estrear no Brasil, o longa-metragem Marighella, de Wagner Moura, está dando o que falar. Em grande parte, porque, como noticiado no último dia 11, a produção do filme escolheu para interpretar o guerrilheiro brasileiro um ator negro: Seu Jorge. Para o professor e articulista Paulo Cruz, que é negro, a escolha pode ser interpretada como uma forma de racismo, dado que sua etnia certamente não era uma característica marcante do comunista, morto durante o regime militar.
“A caracterização de Carlos Marighella como preto – aqui uso a definição do IBGE, que divide negros em pretos e pardos (ou mestiços) –, convidando o cantor Seu Jorge para o papel, foi um truque para tornar o elemento racial, de menor influência na vida e luta de Marighella, um diferencial – falso, diga-se. O problema é que, diante de uma figura notoriamente controversa, nem todos os negros podem querer ver sua cor associada a tal personagem”, escreveu Cruz em coluna para o site Gazeta do Povo na última terça-feira (19).
[wp_ad_camp_1]
O professor apontou que, comumente, grupos organizados costumam se revoltar quando personalidades negras são interpretadas por atores de pele mais clara. Nesse caso, o racismo se colocaria de forma inversa, associando uma personalidade contestável aos negros.
“Por que as entidades do movimento negro não emitiram nem sequer uma nota sobre o caso flagrante de falsificação e caracterização de um terrorista como preto – quando a reclamação é quase sempre essa, de que pretos só fazem papel de bandidos? Certamente porque concordam com sua ideologia e seus atos terroristas, chamado-os de ‘luta pela democracia e justiça social’ – informação desmentida, inclusive, por ex-guerrilheiros como os políticos Eduardo Jorge e Fernando Gabeira”, concluiu cruz.
Leia o artigo na íntegra clicando aqui.
[wp_ad_camp_3]