De pequena expressividade no Congresso Nacional (com apenas 10 deputados federais na Câmara), mas de grande reverberação na mídia, o PSOL é um dos principais partidos críticos à reforma da Previdência. Curiosamente, contudo, a legenda aparece mais de uma vez no rol de devedores da Previdência Social, de acordo com dados públicos divulgados pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. [1][2]
De acordo com a apuração do Boletim da Liberdade com base no sistema de pesquisa da PGFN, são quase R$ 94 mil devidos nessa área por diferentes diretórios. [3]
Somando essa importância a outras dívidas tributárias e com quantias devidas ao Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS), a agremiação deve cerca de R$ 471 mil. Um valor significativo e especialmente simbólico vindo de um partido que não costuma poupar críticas aos devedores do Estado – e faz desse um argumento-chave contra reformas econômicas essenciais para o país.
Na última quarta-feira (26), a página do Facebook do partido, por exemplo, divulgou um vídeo de Guilherme Boulos, ex-candidato à presidência da República da legenda e líder de movimento social, falando de “5 absurdos da Reforma (sic) da Previdência”. [4]
“Por que o governo não cobra a dívida das grandes empresas com a Previdência Social? Muitas dessas empresas nós conhecemos. É o Bradesco, o Itaú, a Vale, a JBS. Por que ao invés de cobrar do aposentado pobre, não vai cobrar o que essas empresas devem ao Brasil?”, diz um Boulos com olhos arregalados, mãos firmes e falas pausadas, características que foram alvo de imitações da corrida eleitoral – quando não atingiu sequer 1% dos votos.
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Em seguida, o texto da publicação sugere aos seguidores do partido que assinem um abaixo-assinado. Nele, uma frente política denominada “Povo Sem Medo” critica os devedores da Previdência. A entidade é uma espécie de frente ampla de extrema-esquerda que considera que o impeachment de Dilma Rousseff foi um golpe, apesar de ter seguido a Constituição à risca e contar com o endosso da população e de juristas. [5]
“A proposta de Reforma da Previdência apresentada pelo Governo Bolsonaro comete uma série de injustiças contra o povo trabalhador. Além de não enfrentar os privilégios, não ataca as dívidas brutais de grandes empresas e bancos com a previdência social”, abre o texto, sem mencionar que o PSOL e outras agremiações de esquerda também estão entre as devedoras da Previdência. Em outras palavras: “Falem o que eu digo, não falem o que eu faço”.
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