A apresentação da Estação Primeira de Mangueira na madrugada da segunda noite de desfiles no Sambódromo do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (5), foi marcada por uma crítica à história oficial do Brasil.
Com o enredo “História pra ninar gente grande”, a escola de samba trouxe uma severa crítica aos bandeirantes, portugueses, ao regime militar de 1964 e figuras como Duque de Caxias, o ex-presidente Floriano Peixoto e à Princesa Isabel, interpretada com as mãos sujas de sangue.
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O desfile também trouxe uma homenagem à Marielle Franco, vereadora assassinada há um ano e cujo crime ainda não foi solucionado, e uma reverência aos “negros, índios e pobres” cuja história não seria contada no país e estaria ausente dos livros oficiais.
Nesse contexto, uma ala trouxe uma homenagem ao advogado negro Luís Gama, um dos principais abolicionistas do século 19 e frequentemente mencionado por grupos liberais.
Em um dos carros alegóricos, professores foram convidados a “reescrever” a história de personagens relevantes do Brasil. Caxias foi descrito como alguém cuja missão era “calar pobres, negros e índios, garantindo a tranquilidade da casa-grande”.
“Sua estratégia era simples: para as elites, negociação; para os trabalhadores, bala de canhão. Não era paz que ele levava. Paz sem voz, é medo”, afirmou o texto exposto em um dos carros alegóricos e escrito pelo professor Tarcísio Motta, também vereador do Rio de Janeiro e filiado ao PSOL. [1]
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