O Supremo Tribunal Federal decidiu nesta quinta-feira (14), por 6 votos a 5, que processos envolvendo políticos no uso de caixa 2, ainda que com evidências de os recursos serem frutos de corrupção, devem ser remetidos à Justiça Eleitoral. A decisão gerou críticas de pessoas ligadas a Operação Lava Jato e organismos de combate à corrupção. [1]
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Os críticos à decisão sustentam que a Justiça Eleitoral não possui estrutura para julgar esses processos e, pelo histórico, tende a deixá-los em segundo plano. De acordo com uma reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, os tribunais são sobrecarregados e, por isso, vistos com otimismo pelos advogados que defendem os réus e trabalham por suas absolvições. [2]
Para o procurador Deltan Dallagnol, da Operação Lava Jato, a medida representa o início do fim “da janela de combate à corrupção política que se abriu há cinco anos, no início da Lava Jato”. Nas redes sociais, Dallagnol alertou também sobre o risco de que a decisão reverta casos anteriores, de políticos já condenados pela Justiça Comum. [3]
Hoje, começou a se fechar a janela de combate à corrupção política que se abriu há 5 anos, no início da Lava Jato.
— Deltan Dallagnol (@deltanmd) 14 de março de 2019
Para o ministro Luís Roberto Barroso, que foi voto vencido no julgamento, “faz pouca diferença distinguir se o dinheiro vai para o bolso ou para a campanha”. [4]
“O problema não é para onde o dinheiro vai, é de onde o dinheiro vem. E o dinheiro vem da cultura de achaque a corrupção que se disseminou pelo país”, afirmou o magistrado. A frase foi compartilhada por Deltan nas redes sociais, que já acumula 655 mil seguidores, em sua maioria entusiastas da Lava Jato.
O processo que culminou a decisão do Supremo Tribunal Federal foi movido pelo ex-prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
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