Uma matéria publicada neste sábado (16) no Estadão, assinada pelo jornalista José Fucs, denunciou a existência de uma rede de influenciadores e propagadores de conteúdo ligados ao presidente Jair Bolsonaro e ao filósofo Olavo de Carvalho para difamar e promover linchamentos públicos contra adversários, até mesmo outras figuras da chamada direita. A reportagem provocou muita polêmica nas redes sociais. [1]
O texto começa mencionando o caso da jornalista do mesmo veículo, Constança Rezende, acusada pelo canal do Youtube Terça Livre de querer arruinar deliberadamente a presidência de Jair Bolsonaro. A afirmação teria sido o início de um processo de ampla difamação que Fucs enxerga como exemplo do funcionamento de uma “máquina de assassinato de reputação operada por grupos bolsonaristas e olavistas, que formam as correntes mais radicais e dogmáticas da chamada “nova direita” do País”.
O jornalista diz ainda que muitas vítimas dessa máquina de linchamento silenciaram seus posts ou os excluíram para evitar a pressão. A meta da reportagem é delinear a extensão dessa rede e os principais nomes envolvidos. Entre os alvos desses ataques, o Estadão menciona o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez; o vice-presidente Hamilton Mourão; o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro; o ex-secretário geral da Presidência, Gustavo Bebianno; o governador de São Paulo, João Doria; os ex-presidenciáveis João Amoêdo e Flávio Rocha, entre outros.
Ainda segundo a matéria, esses grupos organizados receberam a alcunha de “jacobinos”, em alusão aos radicais da Revolução Francesa, e, ao contrário dos grupos que promoviam mobilização semelhante a serviço dos governos do PT, as páginas e personalidades mencionadas, “de acordo com as informações disponíveis”, não recebem financiamento público por sua atividade.
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Quem são as pessoas na lista
A matéria lista 51 nomes, entre personalidades e páginas, com seus respectivos números de seguidores nas redes sociais Facebook, Youtube e Twitter. O núcleo central da rede conteria o próprio presidente Jair Bolsonaro e o filósofo Olavo de Carvalho. Logo abaixo, Fucs considera que estariam os estrategistas, que são dois dos filhos do presidente, Carlos e Eduardo, e o assessor internacional da Presidência e aluno de Olavo, Filipe Martins.
Logo abaixo, a reportagem elenca páginas importantes de propagação desses conteúdos difamatórios, como o canal do Youtube Terça Livre e os sites Senso Incomum e Crítica Nacional. Entre as personalidades, destacam-se os donos do Terça Livre, Allan dos Santos e Ítalo Lorenzon; o editor do Senso Incomum, Flavio Morgenstern, autor do livro “Por trás da máscara: Do passe livre aos black blocks, as manifestações que tomaram as ruas do Brasil”; o empresário Leandro Ruschel; Pedro Henrique de Medeiros, aluno de Olavo de Carvalho, e até o cantor Lobão.
Abaixo dos perfis influenciadores, estariam ainda alguns propagadores, como a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), líder do movimento Nas Ruas e autora do livro “Não foi golpe”, sobre o impeachment de Dilma Rousseff; a ativista ex-feminista Sara Winter; o ex-assessor do ministro da Educação, Silvio Grimaldo; o empresário Winston Ling e a ativista cubana Zoe Martinez.
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