O secretário de privatizações do governo Jair Bolsonaro, Salim Mattar, afirmou em entrevista à revista Veja divulgada nesta sexta-feira (29) que existem resistências a privatizações dentro do governo. Ele citou nominalmente o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, por se mostrar resistente a privatizações de suas companhias – entre elas, os Correios.
Salim afirmou que considera-se quase um “libertário” e que, antes das privatizações começarem a ocorrer, vai haver um esforço de valorizar as companhias.
Dono da empresa de aluguel de automóveis Localiza e, antes de entrar no governo, grande apoiador de organizações de viés liberal, o empresário garantiu que, por ele, privatizaria todas as empresas. Contudo, teria recebido uma orientação de manter as “joias da coroa”, isto é: Petrobras, Caixa e Banco do Brasil.
[wp_ad_camp_1]
“Se a decisão fosse minha, eu privatizaria tudo. Não faz sentido o governo ter bancos. Mas a orientação que recebi é manter a Caixa, o Banco do Brasil e a Petrobras. Talvez eu esteja um pouquinho mais à direita do ministro Paulo Guedes, porque sou quase um libertário. Mesmo sem essas joias da coroa, será possível arrecadar quase 1 trilhão de reais com as privatizações”, afirmou.
Ainda sobre Pontes, disse que o ministro “tem cinco estatais (Correios, Correiospar, Telebras, Finep e Ceitec) e não quer privatizar nenhuma delas”
“Pode anotar aí: Júlio Semeghini, secretário executivo do ministro, disse que não vai privatizar nenhuma das estatais do Ministério da Ciência e Tecnologia”, afirmou à revista, complementando que “nem todo ministro é privatista”.
“Alguns acham que é importante [manter empresas estatais], que é de interesse público que a empresa continue estatal. Eu diria que ainda não tentei convencê-los. Há uma coisa que temos de levar em consideração: o presidente Jair Bolsonaro disse que vai privatizar tudo o que for possível. Existe uma orientação clara do presidente nesse sentido”, falou, confiante.
“Estou frustrado”
Na entrevista, Salim Mattar afirmou que está frustrado por causa de recuos na privatização de algumas companhias, inclusive vindas do próprio presidente Jair Bolsonaro. Uma delas é na Empresa Brasil de Comunicação, estatal que é dona de uma rede de televisão governamental.
“O presidente falou que iria fechar a EBC. O que é a EBC? Era um antro de petistas, com mais de 2 000 funcionários, que foi usado para tentar segurar a Dilma no processo de impeachment. Agora, o presidente disse que não vamos mais fechar a EBC. Para mim, como secretário de Desestatização e Desinvestimento, é uma decepção. Não faz sentido o Estado ter uma rede de TV”, concluiu.
Leia a entrevista na íntegra clicando aqui.
[wp_ad_camp_3]