A produtora gaúcha Brasil Paralelo lançou neste domingo (31) um documentário sobre o regime militar brasileiro, intitulado “1964: o Brasil entre armas e livros”. O filme, polêmico, motivou nesta segunda-feira (1) um protesto que atingiu nada menos que o topo dos trending topics nacionais no Twitter.
Conhecida pelos documentários que normalmente são montados com depoimentos de entrevistados liberais e conservadores, o Brasil Paralelo realizou uma pré-estreia para o documentário em sessões que ficaram completamente lotadas em dez cidades do país. Sete delas eram da rede de cinemas Cinemark.
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No dia seguinte, a rede publicou uma nota em que se arrepende da veiculação do filme. No texto, a Cinemark afirma que é “uma empresa que não se envolve com questões político-partidárias” e “não autoriza a divulgação de mídia partidária ou eventos de cunho político”. Para eles, a transmissão do filme foi um “erro de procedimento”.
A atitude motivou a revolta de muitos nas redes sociais e colocou a hashtag #BoicoteCinemark no topo da lista do Twitter no Brasil. Um dos comentários mais replicados e com mais interações foi o do antropólogo e escritor Flávio Gordon, que disse ter havido uma censura e ser necessário “um grande boicote à rede”.
O @cinemarkoficial censurou o documentário do Brasil Paralelo sobre 1964. É hora de um grande boicote à rede.#BoicoteCinemark https://t.co/0Bly5JgP4C
— Flávio Gordon (@flaviogordon) April 1, 2019
Comentários populares também fizeram comparações com outros filmes, como a produção de Wagner Moura que abordará a vida do guerrilheiro Carlos Marighella e o filme “Lula: o filho do Brasil”, transmitido nos cinemas da rede Cinemark.
Cinemarx, quem lacra não lucra. Vão exibir também o filme do Marighella? #BoicoteCinemark pic.twitter.com/UOJmkrtCK5
— Fernando Lima (@FLIMANET) April 1, 2019
Não se envolve com questões política? Sei #BoicoteCinemark pic.twitter.com/9MPSVFZOxD
— Dennerys (@Dennerys1) April 1, 2019
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A posição do Brasil Paralelo
Em transmissão ao vivo depois do acontecimento e da viralização da hashtag, um dos sócios do Brasil Paralelo, Lucas Ferrugem, disse que a equipe foi surpreendida com a nota da Cinemark. “O documentário não é político, o documentário é historiográfico. Se trata da política, é porque a política é um componente importantíssimo na História e na Ciência Política e, também, na compreensão da sociedade em que a gente vive”, dissertou.
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