O empresário e filantropo húngaro-americano George Soros divide opiniões entre ativistas que orbitam o ecossistema pró-liberdade, geralmente mais à direita do espectro político. Prova disso é que, nesta sexta-feira (19), foi alvo de uma crítica do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP) e, como resposta, elogiado pela ex-presidente do movimento Livres, Elena Landau. [1][2]
No Twitter, Eduardo Bolsonaro compartilhou um vídeo de sua visita à Hungria e afirmou que, assim como os húngaros, “também não gosta de George Soros”, que seria um “bilionário que financia movimentos que desafiam as culturas ocidentais, pró-aborto por exemplo”.
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Como resposta ao parlamentar, Landau afirmou que, ao contrário dele, “gosta muito do que Soros fez pelas liberdades democráticas” na Hungria e que “precisamos de mais gente como Soros para barrar regimes autoritários”.
Eu gosto muito do que Soros fez pelas liberdades democráticas em sua terra Natal. Precisamos de mais gente como Soros para barrar os regimes autoritários https://t.co/tbuw7sgBkQ
— elena landau (@elenalandau) 19 de abril de 2019
George Soros
Com uma fortuna estimada em 25 bilhões de dólares, Soros de fato é um estimulador de organizações do terceiro setor mundo afora por meio de sua “Open Society Foundations”, da qual é fundador, chairman e principal doador. Ao longo de sua vida, teria doado bilhões de dólares à entidade, que tem como missão “construir democracias vibrantes e tolerantes”. [3]
De acordo com a página da própria entidade, seu foco de atuação na América Latina está em “defender a democracia, melhorar a transparência do governo, proteger os direitos das minorias, reduzir homicídios e reformar a política de drogas”.
O Brasil, ao lado do México e da Colômbia, consta como um dos três países prioritários dos investimentos da organização.
Em artigo de 2017 ao site Gazeta do Povo, o escritor Bruno Garschagen classificou Soros como “o financiador da esquerda brasileira”. [4]
Segundo ele, dentre os projetos financiados por Soros, estariam o “Fora do Eixo” (grupo ligado à rede “Mídia Ninja”, de viés de esquerda), a “Agência Pública” (organização liderada pelo jornalista Leonardo Sakamoto, também de esquerda) e o Instituto Igarapé (da ativista Ilona Szabó, que defende medidas como revisão da política de drogas e é contrária à liberdade de se possuir uma arma de fogo).
Crítica de Olavo
Um dos principais – e primeiros – críticos brasileiros a George Soros foi o professor e escritor Olavo de Carvalho, hoje em alta pela relevante influência que apresenta no governo Bolsonaro. Para Olavo, Soros seria um representante da “elite globalista”, “interessado em aumentar o poder central”. “[5]
Em comentário de 2017, Olavo chegou a afirmar que “a América só voltará a ser grande quando o George Soros estiver na rua mendigando”, em referência ao slogan de campanha que levou Donald Trump ao poder, em 2016. [6]
Quem também criticava George Soros era o político Enéas Carneiro. Em vídeo divulgado na internet e atribuído às eleições de 2002, George Soros seria “o maior de todos os traficantes” e seria apoiador do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Fundo para Marielle Franco
Em 2018, após o assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL, organizações como a Open Society se uniram para criar um fundo “em homenagem a Marielle”.
Pedro Abromovay, à época diretor da entidade na América Latina, prometeu “que o Brasil produzirá novas Marielles”, justificando a importância de reunir “mulheres negras das periferias nos espaços de poder”.
Em nenhum momento, contudo, o executivo da organização citou que Marielle estimulava a ideologia socialista, cujos resultados históricos comprovam que sempre tolhem as liberdades individuais e não são compatíveis com regimes democráticos – o que, curiosamente, a Open Society alega defender. [7]
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