Uma intervenção militar do Brasil na Venezuela para auxiliar a derrubada do ditador Nicolás Maduro foi desencorajada nesta quinta-feira (2) pelo Ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP).
“Não é tradição brasileira intervenção em outros países. Isso está absolutamente fora de questão”, disse o ministro em entrevista à Globo News, reconhecendo que o governo brasileiro tem posições “um pouco mais incisivas”, mas o presidente “tem uma postura equilibrada” ao tomar decisões. [1]
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Filho de Jair Bolsonaro e presidente da comissão de Relações Exteriores da Câmara, Eduardo Bolsonaro observou que uma intervenção armada custaria extremamente caro.
“A pior coisa que pode acontecer é Maduro continuar no poder. Por outro lado, nenhum país deseja uma guerra. Além disso, o momento que o Brasil vive é de ajuste fiscal das contas públicas. Uma guerra exige sacrifícios e custa caro”, disse ao jornal O Globo, revelando que o Brasil já teria avisado ao governo americano que não teria intenção de intervir. [2]
Brasil sem condições de guerra?
Em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, da Bandeirantes, o presidente Jair Bolsonaro também amenizou seu discurso na última terça-feira (30) e falou que as chances de o Brasil se envolver em um conflito armado seriam “próximas de zero, quase impossível”.
Dias antes, nas redes sociais, o presidente havia dito que “qualquer hipótese” seria decidida por ele “exclusivamente”, desde que ouvindo o Conselho de Defesa Nacional. A declaração gerou críticas de parlamentares, que lembraram que o presidente precisa de autorização do Congresso para declarar guerra. [3][4][5]
Na Band, por telefone, o presidente esclareceu que “a nossa preocupação é muito mais não sermos invadidos do que invadir” e que o Brasil “não pode fazer frente a ninguém”.
“Nós não queremos falar de invasão da Venezuela. Você teria de analisar muita coisa. Que tipo de guerra seria isso daí? Seria uma aventura, no meu entender”, disse.
A fala de Bolsonaro foi duramente criticada pelo jornalista Reinaldo Azevedo, que lamentou que um presidente fizesse propaganda negativa das Forças Armadas. [6]
“Em benefício da segurança do país, da tranquilidade dos brasileiros e da verdade, conviria que os respectivos comandantes das Três Forças, não com o ânimo de confrontar o presidente, porque seria descabido, mas de restaurar a ordem dos fatos, viessem a público com números na mão”, opinou o jornalista, que interpretou que a fala do presidente “deu a entender que o Brasil poderia ser derrotado numa eventual guerra com a Venezuela”.
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