Ideólogo de Jair Bolsonaro, Olavo de Carvalho intensificou as críticas à ala militar do governo nos últimos dias. Desta vez, porém, os comentários não centram fogo em Mourão, mas no Ministro da Secretaria de Governo, Santos Cruz, e no general Villas-Bôas, ex-comandante do Exército e que tem feito críticas ao influenciador.
“Toda a mídia esquerdista que busca destruir o Bolsonaro por todos os meios está agora mobilizada para defender o [ministro] Santos Cruz. Basta isso para saber de que lado o Santos Cruz está”, afirmou o professor nas redes sociais, em crítica similar à feita, no passado, contra o ex-ministro Gustavo Bebbiano. [1]
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Referindo-se indiretamente a uma carta do ex-comandante do Exército, o general Villas-Bôas, que o classificou como “Trótsky da direita”, Olavo afirmou que “despetização” não é “extrema-direita” e que “parar de dar dinheiro público aos petistas” é, para os militares, “extremismo ideológico”.
“Os generais, para voltar a merecer o respeito popular, só têm de fazer o seguinte: arrepender-se, pedir desculpas e passar a obedecer o presidente sem tentar mudar o curso dos planos deles. É simples”, escreveu, reafirmando a narrativa de que os militares têm atuado para tutelar o presidente. [2]
Sobre Santos Cruz, afirmou que é “politicamente analfabeto” pois “não sabe nem mesmo a distinção entre governo e Estado”.
Villas Bôas
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo nesta terça-feira (7), o ex-comandante do Exército Brasileiro, General Villas-Bôas, voltou a tecer duras críticas a Olavo de Carvalho. [3]
Segundo ele, Olavo “já vem passando do ponto há muito tempo, agindo com total desrespeito aos militares e às Forças Armadas”, o que pode ser um sinal de se sentir “desprestigiado”.
“Rebater Olavo de Carvalho seria dar a ele a importância e a relevância que não tem e não merece. Ele está prestando um enorme desserviço ao País. Em um momento em que precisamos de convergências, ele está estimulando as desavenças. Às vezes, ele me dá a impressão de ser uma pessoa doente, que se arvora do mandato para querer tutelar o país”, afirmou Villas-Bôas, que já está na reserva.
Na mesma entrevista, o ex-comandante afirmou ainda que os militares não tutelam o presidente, que se mantém independente, e que é uma “inverdade que beira o ridículo” achar que a caserna tem um projeto para que Mourão assuma o poder em até dois anos.
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