Os Estados Unidos não se posicionaram favoráveis à entrada de novos países na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) na reunião do Conselho de Representantes realizada na última terça-feira (7). O declarado apoio norte-americano ao ingresso do Brasil havia sido a principal vitória da visita de Jair Bolsonaro a Donald Trump, em março.
Segundo o jornal Valor Econômico, havia a expectativa nos meios diplomáticos para que viessem menções ao ingresso do Brasil por parte dos americanos. De acordo com a publicação, no entanto, a delegação norte-americana teria afirmado não ter recebido instruções para defender a adesão de novos membros à organização no contexto atual, apenas em sua eventual “modernização”. [1]
Oficialmente, até agora, os Estados Unidos mantém formalizado apenas o apoio ao ingresso da Argentina no grupo. Para que isso ocorra, a União Europeia deve indicar também um país para ser incluído – que deve ser a Romênia. Como uma nova reunião da OCDE deve ocorrer no final de maio, é possível que haja uma nova posição sobre o assunto.
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Para obter o apoio norte-americano para integrar-se ao grupo, o Brasil fez uma jogada ousada. Guedes aceitou uma antiga demanda dos Estados Unidos e prometeu não mais utilizar de prerrogativas de país em desenvolvimento nas negociações ocorridas na Organização Mundial do Comércio (OMC). Também nesta semana, contudo, o Brasil explicou que não pretende renunciar vantagens passadas, tampouco mudará o status do país, mantendo a posição apenas para o futuro.
Aval americano segue mantido, diz assessor
Assessor especial do presidente Jair Bolsonaro para assuntos internacionais, Filipe G. Martins manifestou-se sobre a reunião nas redes sociais. Para ele, a posição dos governo norte-americano “é exatamente a mesma”: “apoio claro e inequívoco ao início do processo de ingresso do nosso país na organização”. [2]
1. A posição do governo americano em relação ao ingresso do Brasil na OCDE é exatamente a mesma que foi adotada pelo Presidente Donald Trump no dia 19 de março: a de apoio claro e inequívoco ao início do processo de ingresso do nosso país na organização.
— Filipe G. Martins (@filgmartin) 8 de maio de 2019
“Se a mídia brasileira se informasse melhor, saberia que há um impasse sobre o número de vagas a serem abertas na organização, decisão que demandará consenso: enquanto países europeus desejam abrir seis vagas, outros desejam abrir apenas quatro, mas todos apoiam o acesso do Brasil”, afirmou. [3]
No início da noite desta quarta-feira (8), Martins repercutiu ainda uma declaração da secretária-adjunta de Estado norte-americana, Kimberley Breier. “Ela reitera a posição dos Estados Unidos de apoio ao ingresso do Brasil como membro-pleno da OCDE, relembrando os termos da declaração conjunta do presidente Trump e do presidente Bolsonaro”. [4]
A mesma mensagem também foi repercutida nas redes sociais pelo perfil oficial da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, que a traduziu para os seguidores: “Conforme declaração conjunta do Presidente dos Estados Unidos e de Jair Bolsonaro, acolhemos do Brasil as reformas econômicas, melhores práticas e uma estrutura regulatória conforme os padrões da OCDE”, publicou. [5]
A Secretária-Adjunta de Estado Kimberly Breier, responsável pelo Hemisfério Ocidental, reitera a posição dos EUA de apoio inequívoco ao ingresso do Brasil como membro pleno da OCDE, relembrando os termos da declaração conjunta do Presidente Trump e do Presidente Bolsonaro. https://t.co/4u50Nz0Uak
— Filipe G. Martins (@filgmartin) 8 de maio de 2019
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