A segunda temporada da série O Mecanismo, dirigida por José Padilha (Tropa de Elite) e disponível no Netflix desde a última sexta-feira (10), tem recebido duras críticas de influenciadores da nova direita brasileira. Entre eles, o youtuber e deputado estadual Arthur do Val (DEM/SP), do “Mamãe Falei” e do MBL.
“Na primeira temporada, a série foi apenas mal feita. Na segunda temporada, foi mal feita e mentirosa. O diretor José Padilha trata a Dilma como uma pessoa honesta. Sempre quando falam do PT, falam apenas ‘Partido do Governo’ e com a narrativa de que ‘todo mundo tem culpa’. A série está descolada da realidade. A todo momento, a série busca mostrar que o PMDB era o grande vilão, enquanto que o PT era só um ladrãozinho”, avaliou.
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Arthur destacou ainda a cena onde um ator que representaria o procurador Deltan Dellagnol teria afirmado que “não havia provas, apenas convicção” ao se referir sobre o processo contra o personagem que representa Lula.
“Isso é uma mentira, uma fake news deliberada. Ele nunca falou isso! Todo mundo sabe que isso é uma mentira proliferada pelos petistas”, reclamou o youtuber.
Para o influenciador, a série acaba jogando “os chavões da esquerda e a narrativa deles” de maneira disfarçada. “A todo tempo, tentam colocar o PSDB como um partido de direita. Mas, para mim, a pior mentira da série é quando começam a dizer que foi o Aécio quem travou a nomeação de Lula como ministro. Depois, que ele quem teria, desde o início, incentivado o impeachment. Isso é uma mentira. Inclusive, o surgimento e a força do MBL surgiram por causa da moleza do Aécio, que não queria que tivesse impeachment”, disse.
“A série deixa as maiores manifestações da história do país de lado. Essa vitória não foi do MBL, mas das pessoas. Essa história é de você que foi se manifestar na rua. O diretor tirou essa história da gente, mostrando-nos como bobos e idiotas na rua”, disse.
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Fernando Holiday também critica
Em programa de rádio nesta segunda-feira (13), quem também criticou a série foi o vereador paulistano Fernando Holiday (DEM). O parlamentar era uma das principais lideranças do MBL nas manifestações pelo impeachment. Para Holiday, a produção foi uma tentativa de Padilha “se reconciliar com a esquerda”.
“Na segunda temporada, alguns personagens começam a aparecer como simpatizantes do Lula e a Polícia Federal aparece como agente político. O público, que foi às ruas, é listado apenas uma única vez na temporada. Em nenhum momento, a série fala das manifestações que a própria mídia reconheceu como as maiores do país. O público não é colocado como protagonista do processo de impeachment, que teria sido na verdade toda uma articulação de gabinete. Ele até poderia ter colocado que as ruas estavam divididas, mas nem isso fez”, disse.
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