Após decidir não endossar as manifestações convocadas para a próxima semana pelas redes bolsonaristas, o Movimento Brasil Livre foi alvo de críticas de apoiadores do presidente neste domingo (19). A hashtag #MBLtraidoresdapátria chegou a estar entre os assuntos mais comentados do país no Twitter.
Para criticar a entidade, um dos vídeos que mais estão sendo compartilhados pelos bolsonaristas é de uma fala do ativista Eric Balbinus. Comentando a atual crise do governo no MBL News, Balbinus critica Bolsonaro e analisa que o presidente está buscando um golpe. Ao fim, sugere a renúncia caso Bolsonaro acredite que não esteja conseguindo governar:
“O Bolsonaro está contra a Constituição e contra a divisão de poderes. Ele quer sepultar os ideais de Montesquieu. Ele quer governar sozinho. O Olavo de Carvalho, essa eminência parda, está conspirando no submundo [do poder] junto com o entorno do presidente em prol de golpe. Esse sujeito, se é coerente e sincero, tem que renunciar. Como disse o Reinaldo [Azevedo], as saídas possíveis são a renúncia ou o suicídio“, opinou o ativista do MBL.
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Para o site bolsonarista Crítica Nacional, trata-se de um “conteúdo leviano, caluniador e asqueroso” e que “supera em mordacidade os ataques desferidos pela esquerda psolista e petista contra o presidente eleito pela maioria dos brasileiros”. [1]
ATENÇÃO:
Pra quem duvidou, aí está o vídeo.
MBL postou vídeo sugerindo renúncia ou suicídio de Bolsonaro.#MBLtraidoresdaPatria pic.twitter.com/ogl5jv2DaP— Andriws (@Andriws_Garcia) 19 de maio de 2019
Líder do MBL responde
Coordenador nacional do Movimento Brasil Livre, Renan Santos se manifestou outra vez na madrugada deste domingo (19) sobre os acontecimentos. [2]
“A retórica antipolítica do governo escalou. O objetivo é culminar num ato de rua ‘forçando a barra’ contra o Congresso e o Supremo [Tribunal Federal], assustando também militares. O grupo ideológico toca isso”, analisou.
Santos compartilhou ainda sua leitura dos acontecimentos: para ele, enquanto que alguns grupos bolsonaristas inflam tags convocando o Artigo 142 e a invasão ao Congresso, o presidente Jair Bolsonaro e seus filhos optam por se vitimizarem e denunciarem o centrão e o establishment.
“Essa postura retroalimenta a militância. Textão compartilhado [pelo presidente com críticas à dificuldade de governar o país sem negociatas] na sexta serviu para coroar a tese da ingovernabilidade. O clima com o Congresso azeda de vez, posto que ninguém ali nasceu ontem e já perceberam o clima de autogolpe armado pelo grupo ideológico. Nos últimos dias, youtubers e blogs se mobilizaram. Começaram a escalar a divulgação”, opinou o coordenador do MBL.
Ele concluiu, ainda, que o grande objetivo dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro é “emparedar o Congresso”, e não fechá-lo, e que pretendem “criar o caos”.
“Apenas na bagunça sobrevivem. Pediram intervenção em 2014, invasão do Congresso em 2015, revolução caminhoneira em 2017 e agora acham que a chance real pintou. O clima, em termos republicanos, é péssimo. O sucesso de um ato girando em torno dessa retórica é péssimo pras reformas. É uma declaração de guerra ao Congresso. Não terá [reforma da] Previdência com guerra institucional. Apoiar essa merda é sabotar o Brasil”, concluiu.
Vamos lá amigos. Conforme analisado tantas vezes, a retórica anti política do governo escalou. O objetivo é culminar num ato de rua “forçando a barra” contra congresso e supremo, assustando tb militares. Grupo ideológico toca isso; Guedes, por seu turno, se reuniu com Maia.
— Renan Santos (@RenanSantosMBL) 19 de maio de 2019
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