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Blog de esquerda vaza mensagens de Moro e Dallagnol; procuradores respondem

Blog 'The Intercept' denuncia suspostos contatos próximos entre Sérgio Moro e Deltan Dallagnol e revela que tem o equivalente a 1,7 mil mensagens privadas utilizadas no app Telegram do procurador da Lava Jato

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Deltan Dallagnol (Foto: Geraldo Bubniak / Agência O Globo)

O blog de viés de esquerda The Intercept, mantido pelo jornalista norte-americano Glenn Greenwald, casado com o deputado federal David Miranda (PSOL), divulgou neste domingo (9) uma série de conversas privadas extraídas de uma “fonte anônima” que teve acesso ao aparelho celular do procurador Deltan Dallagnol. Dallagnol é um dos principais nomes da Força-Tarefa da Operação Lava Jato. A divulgação das conversas ocorre pouco antes de o presidente Jair Bolsonaro escolher o próximo Procurador Geral da República. [1][2][3][4]

A publicação divulgou a interação no aplicativo Telegram do procurador com diversos interlocutores entre 2015 e 2018. Dentre as mensagens vazadas, estiveram diálogos com o então juiz Sérgio Moro e outros procuradores envolvidos na Operação Lava Jato. O blog afirma que recebeu de mensagens o equivalente a um livro de 1.700 páginas. Apenas parte do conteúdo foi divulgado até agora.

Nas reportagens deste domingo, os editores do The Intercept destacaram bastidores da primeira denúncia de Dallagnol contra Lula, em 2016, que ficou conhecida por uma apresentação de Power Point; a reação dos procuradores sobre a decisão da Justiça de liberar uma entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2018, ainda antes das eleições; e a polêmica troca de mensagens entre o procurador e Moro.

Com o juiz, as conversas externalizam que o magistrado demonstrava intimidade com o lado da acusação, quando deveria, pela conduta ética, manter-se neutro. Embora, como o juiz, também funcionário público, o procurador da República é parte da acusação e não deveria gozar de maior intimidade com quem julga. O risco é o indivíduo ficar acuado no julgamento, que deixa de ser isento. Essa foi, inclusive, uma das principais críticas dos condenados por Moro ao longo da Operação Lava Jato: parcialidade.

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Em um dos diálogos, Moro parabenizaria “todos nós” após as grandes manifestações do dia 13 de março de 2016, quando os brasileiros foram às ruas em apoio à Lava Jato e a favor do impeachment. Outro momento foi quando Moro opina que o Ministério Público deveria focar na acusação de apenas alguns dos delatados – “os 30% iniciais”.

O então juiz Sérgio Moro julgou em primeira instância o processo de corrupção contra o ex-presidente Lula (Foto: Reprodução / G1)

“[São] muitos inimigos e que transcendem a capacidade institucional do MP e do judiciário”, teria escrito Moro. Antes, Dalalgnol havia pedido para que o juiz “não passasse para a frente” o número de delatados – entre eles, 9 presidentes da República e 82 deputados.

Outras supostas mensagens que denotariam grande intimidade entre Moro e a acusação foi o quando o juiz sugeriu que uma procuradora passasse por treinamento para inquirição em audiência. “Ela não vai muito bem. Desculpe dizer isso, mas com discrição, tente dar alguns conselhos a ela, para o próprio bem dela. Um treinamento faria bem. Favor manter reservada essa mensagem”, teria escrito ao procurador Deltan Dallagnol.

Procuradores se pronunciam

De acordo com o divulgado pelo site da revista Veja, os procuradores da Força-Tarefa da Operação Lava Jato divulgaram uma nota oficial sobre a acusação. No texto, os procuradores reconhecem que houve uma “invasão” hacker de “telefones e aplicativos usados para comunicação privada e no interesse do trabalho”. [5]

“Dentre as informações ilegalmente copiadas, possivelmente estão documentos e dados sobre estratégias e investigações em andamento e sobre rotinas pessoais e de segurança dos integrantes da força-tarefa e de suas famílias”, diz o texto.

Os procuradores afirmam que as mensagens comprovam que a “atividade desenvolvida [pela Operação Lava Jato foi feita] com pleno respeito à legalidade e de forma técnica e imparcial”. Mas denotou preocupações com “reações de pessoas que defendiam os interesses de corruptos”, “violação criminosa das comunicações de autoridades constituídas” e a deturpação de fatos “retirados de contexto”.

“Os procuradores da Lava Jato não vão se dobrar à invasão imoral e ilegal, à extorsão ou à tentativa de expor e deturpar suas vidas pessoais e profissionais. A atuação sórdida daqueles que vierem a se aproveitar da ação do ‘hacker’ para deturpar fatos, apresentar fatos retirados de contexto e falsificar integral ou parcialmente informações atende interesses inconfessáveis de criminosos atingidos pela Lava Jato”, escreveu a nota.

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